BASTIDORES

Briga entre Emicida e Fióti expõe fim de sociedade e abala fãs

Em meio a disputa judicial e acusações milionárias, irmãos que fundaram a Laboratório Fantasma rompem parceria após anos de trajetória conjunta

 

A relação entre os irmãos Emicida e Evandro Fióti, antes símbolo de união e sucesso no rap nacional, chegou ao fim de forma pública e turbulenta. O rompimento da parceria profissional, revelado no fim de março, deu visibilidade a uma disputa judicial envolvendo suspeitas de movimentações financeiras milionárias e acusações mútuas de quebra de confiança.

Emicida, nome consagrado da música brasileira, acusa o irmão de realizar transferências bancárias não autorizadas que somariam R$ 6 milhões. Já Fióti, que comandava a gestão da empresa Laboratório Fantasma, nega qualquer irregularidade e afirma que todas as movimentações foram comunicadas.

Em entrevista ao Fantástico nesse domingo, 6, Fióti falou pela primeira vez sobre o episódio. Disse que não retirou valores sem o conhecimento do irmão e criticou a forma como o conflito veio à tona.

A relação entre os dois, no entanto, já vinha estremecida há anos. “O afastamento começou lá por 2017, 2018. Não foi de repente”, contou Fióti, revelando que a ruptura não é apenas empresarial, mas também emocional.

Apesar do impasse, o artista fez questão de mostrar respeito pelo irmão e ressaltou que a mãe dos dois permanece neutra diante da disputa.

A Laboratório Fantasma, fundada em 2010, foi criada como uma vitrine para os projetos dos irmãos. Em seu início, os dois detinham partes iguais da empresa. Mas em 2014, uma alteração contratual deu a Emicida 90% da sociedade. Mesmo com a mudança, Fióti seguiu à frente da administração da empresa até recentemente.

Foi no final de março que a crise se tornou pública. Emicida anunciou nas redes sociais que Fióti não representaria mais seus interesses. Horas depois, Fióti respondeu afirmando o início de uma nova fase na carreira.

Do outro lado, Emicida preferiu não dar entrevistas, mas se pronunciou por meio de nota. Disse que foi surpreendido com a ação judicial movida por Fióti enquanto ainda negociavam mudanças nos termos da sociedade. Segundo o rapper, a Justiça já negou dois pedidos apresentados pelo irmão por falta de fundamentos.

A defesa do cantor também rebateu alegações de que ele teria aprovado as transferências, afirmando que os registros citados foram retirados de contexto. Em março, Emicida revogou oficialmente os poderes de Fióti para atuar como procurador da empresa.

Para Fióti, o fim da parceria revela feridas mais profundas do que apenas discordâncias administrativas.

Ainda sem perspectiva de reconciliação, os fãs dos irmãos lamentam o racha e acompanham o desenrolar da disputa à distância.

Nos bastidores, o mundo do rap observa, dividido entre a tristeza pela ruptura e a esperança de que os caminhos desses dois nomes fundamentais da música brasileira um dia voltem a se cruzar.

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