MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Europa enfrenta março mais quente de sua história e agrava alerta climático

Dados do Copernicus indicam temperaturas recordes em quase todo o continente; especialistas atribuem anomalia à crise climática global

 

A Europa registrou, em março deste ano, o mês mais quente de toda a sua série histórica, acendendo mais uma vez o sinal de alerta sobre o avanço das mudanças climáticas. O dado foi confirmado pelo Serviço de Monitoramento Climático Copernicus, que acompanha a evolução do clima no continente.

De acordo com o levantamento, as temperaturas ultrapassaram médias anteriores em praticamente toda a Europa, com exceção do sul da França e da Península Ibérica, onde, ainda assim, o clima foi marcado por chuvas intensas e episódios de precipitação extremos, especialmente em regiões da Espanha e Portugal.

Enquanto algumas áreas enfrentaram enchentes, outras viveram um cenário oposto. O norte da Alemanha e países como a Holanda passaram por um dos marços mais secos de que se tem registro.

No contexto global, março de 2025 aparece como o segundo mais quente já medido no planeta, ficando atrás apenas do mesmo mês de 2024. A sequência de meses com temperaturas acima da média pré-industrial segue praticamente ininterrupta desde julho de 2023, com exceção de um único mês nesse período.

A temperatura média global registrada foi de 14,06°C, apenas 0,08°C abaixo do recorde absoluto de março de 2024. Para comparação, o valor também superou o registrado em 2016, ano que até então marcava uma das maiores anomalias térmicas da história, mas, à época, influenciado fortemente pelo fenômeno El Niño.

Desta vez, o impacto do El Niño foi mais moderado, o que reforça, segundo cientistas, o papel central das emissões de gases de efeito estufa na elevação das temperaturas.

A WWA (World Weather Attribution), rede científica que investiga a influência das mudanças climáticas em eventos extremos, também identificou em março efeitos diretos do aquecimento global em outras partes do mundo. Uma onda de calor intensa na Ásia Central e inundações mortais na Argentina, causadas por chuvas atípicas, foram atribuídas ao agravamento das alterações climáticas.

O Copernicus alerta que, se a trajetória atual for mantida, os próximos anos podem marcar uma nova era de extremos climáticos, exigindo respostas mais rápidas e efetivas. A temperatura do planeta segue subindo, e os recordes, ao que tudo indica, estão longe de parar.

Com informações da Agência Brasil.

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