ECONOMIA EM ALERTA

Trump promete novas tarifas contra China e intensifica tensão comercial mundial

Presidente norte-americano ameaça impor 50% de sobretaxa a produtos chineses caso Pequim não recue em retaliação, aprofundando crise nos mercados globais

 

Em nova escalada da guerra comercial, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira, 7, que pretende aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre produtos chineses caso o governo da China não suspenda as tarifas de 34% que anunciou na semana passada. O ultimato tem prazo curto: Pequim tem até esta terça-feira, 8, para voltar atrás, ou as novas medidas entram em vigor já no dia seguinte, 9 de abril.

A ameaça foi feita por meio da rede social de Trump, onde o presidente classificou o comportamento chinês como “abusivo” e reforçou a narrativa de que os EUA precisam recuperar protagonismo frente à economia global.Não seja fraco! Não seja estúpido! Não seja um PANICANO (Um novo partido baseado em pessoas fracas e estúpidas!). Seja forte, corajoso e paciente, e GRANDEZA será o resultado!”, afirmou o presidente.

A postura agressiva do líder norte-americano causou reações imediatas nas bolsas de valores. Na Ásia, o índice Hang Seng, de Hong Kong, sofreu um tombo de 13,22%, enquanto o CSI 1000, que reúne ações de empresas chinesas, caiu 11,39%. Na Europa, o Euro Stoxx 50, que representa as maiores empresas do continente, fechou com recuo de 4,31%.

Nos Estados Unidos, os principais índices operavam em baixa durante a tarde: Dow Jones caiu 2,17%, S&P 500 recuava 1,70% e o Nasdaq apresentava perdas de 1,59%. No Brasil, o Ibovespa também foi afetado pelo cenário internacional e operava em queda de 0,36%, enquanto o dólar subia, atingindo R$ 5,93 na máxima do dia.

Trump foi categórico ao afirmar que, caso Pequim mantenha sua retaliação, não haverá mais conversas com o governo chinês. Segundo ele, a Casa Branca dará prioridade a países que desejam dialogar sobre as tarifas e estão dispostos a aceitar os termos norte-americanos.

No fim de semana, Trump já havia sinalizado que não se preocupava com os efeitos negativos nos mercados. Para ele, as tarifas funcionam como um “remédio necessário” para corrigir desequilíbrios históricos.

A resposta da China, anunciada dias atrás, aplicando tarifas de 34% sobre todos os produtos norte-americanos, foi interpretada por Trump como uma “provocação inaceitável”. O presidente norte-americano declarou que os chineses fizeram “a única coisa que não podiam ter feito”, e garantiu que os Estados Unidos não recuarão diante da pressão.

Enquanto a disputa ganha novos capítulos, economistas e analistas do mercado seguem cautelosos quanto aos efeitos a médio e longo prazo. A possibilidade de um conflito tarifário prolongado entre as duas maiores economias do mundo gera preocupações sobre crescimento global, estabilidade cambial e cadeias de suprimentos internacionais.

Na tentativa de minimizar os impactos, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, chegou a dizer que Trump cogitava uma suspensão temporária das tarifas para países fora da China. A declaração chegou a animar brevemente os investidores, mas foi rapidamente desmentida pela própria Casa Branca, o que reforçou o clima de instabilidade.

A tensão entre Washington e Pequim promete continuar ditando o ritmo dos mercados nos próximos dias. Com prazos apertados e poucas sinalizações de trégua, o risco de uma crise comercial prolongada reacende os temores de recessão global e aprofunda as incertezas sobre o futuro da economia internacional.

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