Em um vídeo divulgado nesta segunda-feira, 03, líderes indígenas criticam a marcha organizada pela FEPIPA, acusando o governo de manipular a luta pela educação indígena e dividir os povos. O movimento continua firme em defesa de uma educação bilíngue e intercultural.
Lideranças indígenas que ocupam a sede da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) divulgaram um vídeo em que denunciam uma estratégia do governo de Helder Barbalho para dividir os povos indígenas e enfraquecer a luta legítima pela educação bilíngue e intercultural no Pará. A denúncia vem no momento em que a “Marcha em defesa da política da educação indígena no Pará”, organizada pela Federação dos Povos Indígenas do Pará (FEPIPA), traz visibilidade para as demandas, mas também é vista como uma tentativa do governo de manipular a opinião pública e enfraquecer a resistência.
A FEPIPA, que organiza a marcha em defesa da educação indígena, tem sido acusada pelas lideranças de estar alinhada com o governo estadual, ao invés de representar os interesses autênticos dos povos indígenas. Para as lideranças que ocupam a SEDUC, a marcha não reflete a verdadeira luta das comunidades, pois, apesar de se apresentar como uma defesa da educação indígena, tem o apoio do governo, que não tem cumprido suas promessas. Uma das maiores críticas é a recente aprovação da Lei 10.820/2024, que, segundo os indígenas, enfraquece as políticas educacionais para as etnias, especialmente no que tange à educação bilíngue e intercultural.
Em suas redes sociais, a FEPIPA afirmou que a criação desse Grupo de Trabalho (GT) é uma oportunidade concreta para avançar na construção de uma lei específica para a educação escolar indígena. No final da tarde desta segunda-feira, 03, a FEPIPA realizou um protesto, marcando um momento histórico de mobilização em favor da educação escolar indígena. A marcha, que começou no Parque dos Igarapés, seguiu em direção ao Palácio do Governo, onde os manifestantes estiveram ao lado do governador Helder Barbalho, reforçando o compromisso com políticas educacionais específicas para os povos indígenas.
O governo estadual se vê pressionado por um movimento que segue firme na busca por uma educação respeitosa, que atenda às necessidades culturais e linguísticas dos povos indígenas no Pará.