Sean “Diddy” Combs, ícone da música e figura proeminente do entretenimento nos Estados Unidos, está no centro de um escândalo judicial que abala sua carreira e imagem pública. Preso desde setembro de 2024, ele responde a cinco acusações federais, incluindo tráfico sexual, sequestro, conspiração para extorsão e transporte com fins de prostituição. As acusações são resultado de uma investigação federal de meses, que incluiu buscas em propriedades ligadas ao artista, revelando um suposto esquema envolvendo drogas, coerção sexual e abusos psicológicos.
Entre os principais depoimentos do processo, destaca-se o de uma mulher que manteve um relacionamento com Combs entre 2021 e 2024. Ela, que preferiu manter sua identidade sob sigilo, revelou que, mesmo após o término do relacionamento e com o julgamento em curso, continua tendo suas despesas pagas pelo artista. Segundo o testemunho, Diddy não apenas indicou e financiou o advogado que a representa, mas também segue pagando o aluguel de sua residência em Los Angeles, avaliado em cerca de 10 mil dólares por mês.
O que torna esse envolvimento financeiro ainda mais polêmico é o conteúdo do testemunho da mulher. Em juízo, ela declarou ter sido coagida a participar de festas sexuais organizadas por Combs — eventos que, segundo ela, envolviam o uso de múltiplas drogas, acompanhantes do sexo masculino e práticas não consensuais. Ela afirmou que, em diversos momentos, recusou-se a se envolver com outros homens, mas foi chantageada por Diddy, que ameaçou não apenas cortar o pagamento do aluguel, como também divulgar conteúdos íntimos que possuía dela.
Essas festas, chamadas de “freak-offs”, teriam continuado mesmo depois de a polícia ter iniciado as investigações formais sobre o comportamento do empresário. De acordo com a testemunha, os encontros eram ambientes altamente controlados, com forte presença de seguranças, onde as drogas e os abusos faziam parte da rotina. A narrativa apresentada por ela reforça a acusação de que Combs usava sua influência e recursos para manipular e explorar pessoas em seu círculo íntimo.
Apesar da gravidade das alegações, a defesa de Combs se mantém firme na declaração de inocência. Seus advogados argumentam que as acusações são baseadas em relatos inconsistentes e que há interesses financeiros e midiáticos por trás das denúncias. Eles também destacam que o envolvimento financeiro com a ex-namorada se trata de um acordo pessoal e não deve ser interpretado como tentativa de obstrução judicial ou manipulação de testemunhas.
O julgamento, que começou com previsão de durar até seis semanas, pode ser encerrado mais cedo, conforme o andamento dos depoimentos e deliberações. Caso seja considerado culpado, Sean Combs poderá enfrentar uma pena mínima de 15 anos, podendo chegar à prisão perpétua. O caso, que tem gerado ampla repercussão na imprensa americana e internacional, marca um dos momentos mais delicados da trajetória do artista, que por décadas foi considerado um dos nomes mais influentes do showbiz mundial
