Em meio ao anúncio de quatro cinebiografias sobre os Beatles, a irmã de John Lennon, Julia Baird, manifestou publicamente sua insatisfação com as novas produções. Em entrevista à Rolling Stone Brasil, ela declarou que os filmes estão sendo desenvolvidos sem a autorização ou envolvimento das famílias, e pediu respeito à memória dos integrantes: "Deixem-nos em paz", afirmou.
Os longas estão sendo dirigidos por Sam Mendes (Beleza Americana, 007 – Skyfall) e terão cada filme focado na perspectiva de um dos integrantes da icônica banda britânica: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr. A estreia está prevista para 2028, com autorização do espólio dos músicos.
Julia Baird, que participou da curadoria do museu The Cavern Club, em Liverpool, destacou que os familiares de Lennon não foram procurados para dar opinião ou contribuir com o roteiro. Ela também demonstrou preocupação com o modo como a história pode ser interpretada e distorcida sem o aval daqueles que conviveram com os Beatles fora dos palcos.
"Eles dizem que têm direitos, mas não conversaram com a gente. Isso não é uma celebração — é exploração", declarou Julia.
Além disso, Julia questionou a escolha dos atores para interpretar os Beatles, destacando a ausência de artistas nascidos em Liverpool, cidade natal da banda. Harris Dickinson foi escalado para viver John Lennon, Paul Mescal interpretará Paul McCartney, Joseph Quinn será George Harrison e Barry Keoghan assumirá o papel de Ringo Starr.
Em entrevista ao The Telegraph, Julia comentou: "Ninguém mais consegue captar a entonação de Liverpool. Ninguém.". A crítica reacende o debate sobre representações biográficas e os limites éticos entre o tributo e a apropriação de memórias pessoais. Ainda não há informações sobre o elenco ou detalhes do roteiro dos filmes.