Celebridades

Ozzy Osbourne vende latas com seu DNA por R$ 2.400

Em ação com marca de bebidas, Príncipe das Trevas transforma sua saliva em item de colecionado

 

Ozzy Osbourne, a lenda viva do heavy metal, levou o conceito de “deixar um legado” a um novo e inusitado patamar. Em uma parceria com a irreverente marca de bebidas Liquid Death, o vocalista do Black Sabbath colocou à venda dez latas de chá gelado contendo nada menos que sua própria saliva — e, por consequência, fragmentos de seu DNA. As latas foram comercializadas por US$ 450 cada, o equivalente a cerca de R$ 2.400, e esgotaram rapidamente após o anúncio.

A campanha, lançada no dia 17 de junho, foi marcada por um vídeo promocional em que Ozzy aparece consumindo o produto, batizado de “Death Dust”. Após tomar o chá, ele amassa manualmente cada uma das dez latas e as sela, criando peças exclusivas com sua assinatura e a promessa — meio brincadeira, meio provocação — de que contêm material genético suficiente para que alguém, no futuro, tente cloná-lo. A descrição do produto, recheada de humor ácido, convida os fãs a “clonarem Ozzy, seus bastardos”, numa referência direta ao espírito transgressor que sempre acompanhou a carreira do músico. No entanto, um pequeno aviso legal deixa claro que a integridade do DNA e a possibilidade real de clonagem não são garantidas.

Apesar do tom cômico da ação, ela ressoa com aspectos muito concretos da trajetória do artista. Aos 76 anos, Ozzy convive publicamente com a doença de Parkinson desde 2003 e tem lidado com uma série de problemas de saúde nos últimos anos. Ainda assim, mantém uma postura ativa: além do lançamento com a Liquid Death, ele está se preparando para o show de despedida do Black Sabbath, marcado para o dia 5 de julho, em Birmingham, na Inglaterra. O evento, intitulado “Back to the Beginning”, contará com os integrantes originais da banda e terá parte dos lucros destinados à caridade.

Esta não é a primeira colaboração entre Ozzy e a Liquid Death. A marca, conhecida por seu marketing ousado e irreverente, já havia lançado anteriormente um produto em pó chamado “Death Dust” em parceria com o cantor. A união das duas marcas tem sido bem recebida justamente por brincar com os limites entre o absurdo e o icônico, reforçando a imagem de Ozzy como uma figura que transcende o tempo e o próprio corpo. Além disso, a ideia de vender objetos contendo DNA humano toca em um ponto sensível da cultura contemporânea, que mistura obsessão por celebridades, fetichismo por itens exclusivos e um fascínio cada vez maior pelas possibilidades da biotecnologia.

Não é a primeira vez, aliás, que o DNA de Ozzy se torna um tema de discussão. Anos atrás, ele passou por um estudo genético que revelou mutações raras em seu código genético, supostamente relacionadas à sua notável tolerância a drogas e álcool, além de uma inesperada ancestralidade neandertal. O próprio cantor chegou a brincar, em entrevistas, sobre sua composição genética ser “diferente do resto da humanidade”. Agora, parte desse código está selada dentro de latas de chá gelado, transformadas em relíquias para fãs que têm recursos — e senso de humor — suficientes para levá-las para casa.

A ação escancara uma faceta curiosa da cultura pop atual: a forma como elementos extremamente pessoais — como DNA — são transformados em mercadoria, símbolo e espetáculo. Ao vender sua saliva como um artefato colecionável, Ozzy não apenas provoca e diverte, mas também questiona, ainda que de forma irônica, os limites entre o corpo humano, a celebridade e o consumo. Em um mundo onde fãs se contentam com autógrafos e selfies, ele entrega algo ainda mais íntimo — e talvez, ao mesmo tempo, mais inútil: uma chance de clonar o Príncipe das Trevas. Ou, ao menos, uma história para contar.

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