A icônica história de terror psicológico Carrie, a Estranha, de Stephen King, ganhará uma nova roupagem no formato de série produzida pelo Prime Video. A adaptação, que terá oito episódios, promete não apenas recontar a jornada da adolescente atormentada Carrie White, mas também explorar com profundidade temas modernos como bullying, saúde mental, fanatismo religioso e trauma familiar — tudo isso com a assinatura de um dos maiores nomes do terror atual: Mike Flanagan.
Flanagan, conhecido por sua habilidade de adaptar obras de King com sensibilidade e tensão psicológica, como em Doutor Sono e Jogo Perigoso, assume nesta série os papéis de showrunner, roteirista principal e diretor de episódios-chave. Seu envolvimento na produção eleva as expectativas, especialmente entre os fãs de suas séries como A Maldição da Residência Hill, A Maldição da Mansão Bly e Missa da Meia-Noite.
A trama seguirá Carrie White, uma adolescente introspectiva, constantemente humilhada pelos colegas de escola e reprimida por sua mãe ultra-religiosa. A morte repentina do pai da garota e um escândalo envolvendo bullying e violência entre estudantes são os estopins para uma série de eventos que culminam em uma tragédia marcada por poderes paranormais e vingança. A nova versão pretende atualizar o contexto da história, incluindo redes sociais e dinâmicas escolares contemporâneas, além de destacar aspectos emocionais e psicológicos da protagonista que foram apenas sugeridos nas versões anteriores.
O elenco principal já foi anunciado. Summer H. Howell, que teve destaque em produções como A Maldição de Chucky e O Culto de Chucky, viverá Carrie White. A atriz tem experiência em papéis que exigem forte carga emocional e deve entregar uma interpretação intensa da jovem com poderes telecinéticos. Siena Agudong, de Resident Evil, foi escalada como Sue Snell, uma das poucas colegas de Carrie que tenta entender a complexidade da situação. Já Samantha Sloyan, que trabalhou com Flanagan em outras produções, interpretará Margaret White, a mãe fanática e desequilibrada da protagonista — personagem central para a construção do terror psicológico da narrativa.
Essa será a quarta grande adaptação da obra de Stephen King. A primeira, lançada em 1976 e dirigida por Brian De Palma, tornou-se um clássico absoluto do cinema de horror. Estrelado por Sissy Spacek e Piper Laurie, o filme foi indicado ao Oscar e marcou a história do gênero com sua famosa cena do baile. Em 2002, uma nova versão foi produzida como telefilme para a televisão americana. Dirigido por David Carson e estrelado por Angela Bettis, o longa buscou ser mais fiel ao romance original e chegou a deixar um gancho para uma possível série, que nunca aconteceu. Já em 2013, Carrie ganhou uma nova versão para os cinemas, com Chloë Grace Moretz e Julianne Moore. Apesar da modernização da narrativa com a presença de redes sociais e celulares, o filme dividiu opiniões e foi criticado por não trazer novidades significativas em relação à obra original.
A proposta da série do Prime Video, no entanto, parece ir além da releitura estética. O objetivo da produção é reimaginar Carrie para uma nova geração, aprofundando os dilemas emocionais da protagonista, trazendo um olhar contemporâneo para temas como abuso, isolamento, luto e pressão social — sem perder o clima sombrio e perturbador que tornou a história tão marcante ao longo das décadas.
A série ainda não tem data oficial de estreia, mas as gravações devem começar nos próximos meses. Com um time criativo respeitado, elenco jovem e promissor, e uma proposta narrativa mais densa e psicológica, a nova adaptação de Carrie, a Estranha tem tudo para se tornar um dos grandes lançamentos do Prime Video — e, talvez, a versão mais ousada e emocionalmente devastadora dessa história que há décadas assombra leitores e espectadores.
