O Atlético-MG, um dos gigantes do futebol brasileiro, enfrenta uma das maiores crises financeiras de sua história. O clube revelou que sua dívida líquida alcançou R$ 1,4 bilhão, um aumento significativo em relação ao ano anterior. Os números foram apresentados por Bruno Muzzi, CEO da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético, durante um encontro com a imprensa em Belo Horizonte.

Entre 2023 e 2024, o endividamento do clube cresceu cerca de R$ 90 milhões, superando os R$ 1,31 bilhão registrados no último balanço auditado. Esse aumento é atribuído, em grande parte, aos custos relacionados à construção da Arena MRV, o novo estádio do Atlético, e a operações financeiras complexas.

A construção da Arena MRV representa uma parcela expressiva da dívida do clube. Dos R$ 1,4 bilhão totais, R$ 410 milhões estão diretamente associados ao projeto, incluindo despesas de construção, contrapartidas e investimentos tecnológicos. O custo total da obra é estimado em R$ 1 bilhão, e o estádio é visto como uma peça-chave para o futuro financeiro do Atlético, apesar de ser um dos principais desafios atuais.

O Atlético-MG possui dívidas com oito instituições financeiras, sendo o BTG Pactual o maior credor, com R$ 191 milhões em empréstimos. A multiplicidade de credores dificulta a negociação de condições mais favoráveis, mas a diretoria do clube busca alternativas para aliviar a carga financeira.

Bruno Muzzi destacou que o clube está implementando um plano estratégico para reestruturar suas finanças. Entre as medidas estudadas estão a renegociação de prazos de pagamento e a busca por investidores que possam adquirir parte da dívida, permitindo uma reorganização mais eficiente.

Outra frente de trabalho envolve a redução de custos operacionais e a busca por receitas adicionais, como o aumento da comercialização de ingressos e parcerias relacionadas à Arena MRV. O objetivo é equilibrar as finanças sem comprometer o desempenho esportivo.

Os dados consolidados do endividamento serão divulgados oficialmente no balanço financeiro do clube, previsto para abril. Até lá, a diretoria promete intensificar os esforços para estabilizar a situação econômica e garantir a sustentabilidade das operações.

O Atlético-MG aposta em sua força histórica e no apoio da torcida para superar o momento crítico. A construção de um futuro mais sólido passa por decisões estratégicas que equilibrem o crescimento do clube com a responsabilidade financeira.