Nesta semana, uma equipe do programa Médicos Sem Fronteiras (MSF) se reuniu no Rio de Janeiro para discutir a situação humanitária na Faixa de Gaza. O foco da reunião foi destacar a destruição massiva dos hospitais e a falta de suprimentos médicos no território.
Segundo a médica e coordenadora do MSF Damares Giuliana, que prestava atendimento em Gaza e na Cisjordânia, cerca de 94% dos hospitais do território de Gaza estão destruídos ou foram despejados. Já os 6% que ainda restam, também sofreram algum dano com os bombardeios.
“Israel bombardeia hospitais, escolas, proíbe a circulação de veículos, obriga as pessoas a andar quilômetros e quilômetros para buscar a parca quantidade de alimentos e no caminho sofrem ataques de drones, de helicópteros, de tanques de guerra, de atiradores”, diz Damares, em citação da Agência Brasil.
O território palestino que é palco do fogo cruzado entre Israel e o Hamas, vive uma crise humanitária sem precedentes desde de 2023, quando o grupo terrorista que domina a região, invadiu o território israelense e deixou 1,2 mil mortos e sequestrou mais de 200 pessoas, dando início ao conflito no Oriente Médio.
Em março deste ano, o Estado Judeu iniciou um bloqueio que restringiu a entrada e saída de suprimentos médicos na Faixa, provocando o aumento da crise hospitalar. No dia 18 do mesmo mês, a situação ficou ainda mais delicada quando o acordo de cessar fogo entre Israel e o Hamas teve fim e os bombardeios no local foram retomados.
De acordo com a enfermeira Ruth de Souza, em citação da Agência Brasil, a situação antes do bloqueio e da retomada dos bombardeios era outra, havia comida nos supermercados, as pessoas estavam reconstruindo suas casas e os hospitais estavam sendo reabilitados.
“Depois de 2 de março, quando começou o bloqueio à entrada e saída de materiais, a gente teve que começar a racionalizar e a pensar como faria nossas atividades. Só conseguimos trabalhar com o estoque de medicamentos que já estava disponível na região norte”.
A região norte é a mais afetada pelos bombardeios israelenses, segundo Ruth, que trabalhou na região por 2 meses, “O norte de Gaza está completamente destruído. As pessoas vivem em tendas. As edificações foram destruídas. Todas as unidades de saúde foram devastadas”.
Em 22 de maio deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou um documento com dados sobre a situação em Gaza, afirmando que a saúde está à beira de um colapso e pediu que Israel parasse os bombardeios.
O bloqueio de 2 março, teve fim mais de 11 semanas depois, porém a ajuda humanitária ainda encontra dificuldades para chegar a quem mais precisa. Na última quinta-feira, 26 de junho, todas as ajudas voltaram a ser suspensas por dois dias, depois que o exército israelense teve informações de que os terroristas do Hamas estariam confiscando os caminhões com suprimentos.
Com informações Agência Brasil.