A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu nesta terça-feira (13) ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a suspensão das audiências das testemunhas do processo sobre a trama golpista que pretendia impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente.
Está previsto para a próxima segunda-feira (19) que inicie o interrogatório das testemunhas de acusação da defesa de Bolsonaro e dos demais réus do núcleo 1. O ex-comandante do Exército Freire Gomes e o ex-comandante da Aeronáutica Batista Júnior devem depor.
A defesa de Bolsonaro alega que ainda não possui acesso completo às provas, mesmo após a ordem de Moraes para que a Polícia Federal entregue todo o material. Diante disso, os advogados solicitaram mais tempo para análise.
"Iniciar a instrução sem que a defesa conheça aquilo que não interessou à acusação é impedir que qualquer alternativa surja nos autos. E, dessa forma, é terminar o processo sem que o transcorrer deste possa alterar as convicções hoje abraçadas", afirmaram os advogados.
Os depoimentos mais importantes estão agendados para o dia 30 deste mês, em audiência marcada por Moraes. Deverão comparecer o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o deputado federal e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Todos os três foram indicações de Bolsonaro, conforme informações da Agência Brasil.
Em março deste ano, o STF tornou réus Bolsonaro e outros sete denunciados pela trama golpista. Eles respondem a uma ação penal por crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e dano a patrimônio tombado.
Núcleo 1
Os oito réus compõem o chamado núcleo crucial do golpe, o núcleo 1, e tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles:
1. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
2. Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa nas eleições de 2022;
3. General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
4. Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência - Abin;
5. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
6. Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
7. Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
8. Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.