O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar as investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado e negou qualquer envolvimento em um plano de assassinato contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), Bolsonaro ironizou as acusações e classificou a narrativa como "patifaria armada".
Na quarta-feira, 26, durante compromissos no Japão, Lula afirmou que Bolsonaro tentou contribuir para seu assassinato, assim como do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. “É visível por todas as provas”, declarou o petista a jornalistas.
Em resposta, Bolsonaro rebateu com ironia: “Só um imbecil ou um canalha compra esse papo de plano de assassinato”. O ex-presidente ainda resgatou o atentado a faca que sofreu durante a campanha de 2018 em Juiz de Fora (MG), reforçando que ele foi a única vítima de uma tentativa de homicídio.
As declarações ocorrem em meio ao julgamento de Bolsonaro no STF, onde ele é acusado de liderar uma tentativa de golpe para impedir a posse de Lula após as eleições de 2022. De acordo com o Ministério Público, Bolsonaro teria tomado conhecimento e aprovado o plano "Punhal Verde e Amarelo", que previa ataques contra autoridades.
O inquérito da Polícia Federal (PF) revelou trocas de mensagens entre militares das Forças Especiais que discutiam a emboscada contra Moraes. No entanto, a ação teria sido cancelada. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo de denunciados, incluindo ex-ministros e generais, compõe o "núcleo crucial" da conspiração.
A Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, transformar Bolsonaro e outros sete envolvidos em réus. Entre os denunciados estão os ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres, além do deputado Alexandre Ramagem e dos militares Almir Garnier e Mauro Cid. Com a aceitação da denúncia, todos passarão por interrogatórios e oitiva de testemunhas antes do julgamento final.
Bolsonaro e sua defesa negam todas as acusações e sustentam que as investigações fazem parte de uma perseguição política. O ex-presidente continua a afirmar que o verdadeiro golpe foi a eleição de 2022, questionando a credibilidade do processo eleitoral e das instituições que conduziram a votação.
O caso continua a movimentar o cenário político brasileiro, acirrando ainda mais os embates entre governo e oposição. As próximas etapas do processo devem trazer novos desdobramentos sobre o futuro político de Bolsonaro e seus aliados.