EM DEFESA

Estudantes protestam contra fechamento do RU na UFPA

Ato reúne universitários para exigir soluções da reitoria após anúncio de reformas sem alternativas adequadas para alimentação

Na manhã desta terça-feira, 8, estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) realizaram um protesto em frente ao Restaurante Universitário (RU) do Setor Básico, reivindicando medidas efetivas da reitoria para garantir alimentação durante o período de reformas estruturais do local. O fechamento dos RUs, anunciado pela Pró-Reitoria de Assistência e Acessibilidade Estudantil (PROAES) no último dia 3, deixou milhares de universitários sem acesso às refeições diárias que, para muitos, são essenciais para a permanência acadêmica.

Segundo Marcos Jobson, estudante de Filosofia e integrante do movimento Correnteza, a situação é crítica.

“O RU atende cerca de 5 mil a 6 mil pessoas diariamente e a alternativa da reitoria foi lançar um auxílio emergencial que atinge pouco mais de 3 mil estudantes. Isso é insuficiente. O valor de R$ 250, que dá cerca de R$ 12 por dia, não cobre nem duas refeições para quem passa o dia inteiro na universidade”, destacou.

Marcos também apontou a dificuldade de acesso ao cadastro necessário para receber o auxílio, o que exclui muitos estudantes em situação de vulnerabilidade. “O CADGEST é extremamente burocrático e muitos estudantes não conseguem anexar todos os documentos exigidos. Isso agrava ainda mais a exclusão.”

Os manifestantes exigem que a reitoria implemente soluções imediatas, como a criação de um RU improvisado, até que as obras sejam concluídas. Em reunião realizada após o ato, a administração universitária admitiu falhas na comunicação e anunciou que a primeira fase da reforma, envolvendo a cozinha, deve ser concluída ainda em janeiro. A expectativa é de que o fornecimento de refeições seja retomado parcialmente em fevereiro, mas sem previsão para a conclusão total das obras.

A insatisfação com a resposta da reitoria mantém os estudantes mobilizados. “A gente está organizando nossas mobilizações porque alimentação é um direito básico e essencial para garantir o acesso universal à educação. Vamos continuar lutando por nossos direitos”, afirmou Marcos.

O fechamento do RU afeta diretamente a rotina de milhares de estudantes, incluindo mães universitárias que precisam alimentar seus filhos durante as férias escolares. O movimento estudantil alerta para a necessidade de políticas mais inclusivas e menos burocráticas, especialmente em situações emergenciais como esta.

O ato desta terça-feira reforça a pressão sobre a reitoria para que sejam apresentadas soluções concretas e imediatas. Com as aulas já iniciadas, a comunidade acadêmica aguarda medidas que garantam o direito à alimentação e a permanência dos estudantes na universidade.

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