Nas vésperas do início do ano letivo de 2025, tem se tornado comum ver filas longas em frente às lojas de materiais e uniformes escolares. A intensa movimentação destaca a crescente procura por produtos essenciais para o retorno às aulas.
No sábado, 11, a loja ‘Art Malha’ teve o interior e o exterior tomados por clientes à procura de uniformes escolares, garantindo que tudo esteja pronto para a volta às atividades escolares. A estimativa é que esse cenário persista até o início do calendário letivo.
Denise Costa, pedagoga que foi comprar o uniforme de seu afilhado, diz que está há cerca de 1 hora na fila, que está bem grande, e destaca a "esperança de ainda encontrar um uniforme para o aluno". Ela ressalta que "os valores dos itens de volta às aulas chegam facilmente a um salário mínimo".
“As pesquisas realizadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em papelarias, lojas e departamentos, que abrangeram cerca de 50 itens da chamada cesta de material escolar, revelam que os preços desses produtos estão significativamente mais altos em comparação ao mesmo período do ano passado. Em alguns casos, os reajustes podem chegar a até 30%, como no caso da caixa de lápis de cor. Além disso, outros itens, como cadernos, mochilas e lancheiras, apresentaram aumentos que variam entre 10% e 20%”, disse Everson Costa, supervisor técnico do Dieese no Pará.
Alerta
“A pesquisa, o planejamento e, acima de tudo, a verificação dos itens solicitados nas listas devem ser realizados, pois qualquer abuso deve ser denunciado. Além dos preços altos, os pais não podem ser induzidos a comprar produtos que a legislação não permite”, ressalta o supervisor.
Causas
Os aumentos de preços foram generalizados em relação ao ano passado devido a fatores como o custo da matéria-prima para a produção. Grande parte desse material, inclusive, é importada e estamos falando de um período em que a alta do dólar influenciou não apenas o custo de vida de maneira geral, mas também impactou diversos bens, produtos e serviços da nossa economia.
"O resumo de tudo isso é que o custo do aluno e do retorno às aulas fará com que os paraenses tenham que desembolsar muito mais recursos, com preços significativamente mais elevados, dobrando inclusive a própria inflação oficial do país”, diz Everson Costa.