O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta quinta-feira (15) a retirada da Ucrânia das negociações de paz com a Rússia, que estavam programadas para ocorrer em Istambul, Turquia. A decisão foi tomada após a confirmação de que o presidente russo, Vladimir Putin, não participaria das conversações, delegando a representação russa a Vladimir Medinsky, ex-ministro da Cultura e atual conselheiro do Kremlin.
Zelensky questionou a autoridade de Medinsky para tomar decisões significativas durante as conversações e também criticou a ausência de Putin, interpretando-a como um sinal de falta de comprometimento da Rússia com a busca por uma solução pacífica para o conflito.
“A presença de representantes de baixo escalão demonstra que Moscou não está interessada em negociações sérias”, afirmou o líder ucraniano.
As negociações em Istambul seriam as primeiras entre os dois países desde 2022. A Ucrânia havia expressado interesse em discutir um cessar-fogo de 30 dias, proposta apoiada por líderes ocidentais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No entanto, a ausência de Putin e a composição da delegação russa levaram Zelensky a cancelar a participação ucraniana.
O Kremlin respondeu às críticas de Zelensky, classificando suas declarações como “vazias de significado” e reafirmando que a Rússia permanece aberta a negociações. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, destacou que o decreto assinado por Zelensky em 2022, que proíbe negociações com a Rússia enquanto Putin estiver no poder, dificulta o avanço das conversações.
A comunidade internacional expressou preocupação com o impasse nas negociações. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o enviado especial Steve Witkoff estavam presentes em Istambul para apoiar os esforços diplomáticos. Líderes europeus, como o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz, também manifestaram apoio a uma solução pacífica e instaram ambas as partes a retomarem o diálogo.
Enquanto isso, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que um encontro direto entre ele e Putin poderia ser necessário para destravar as negociações. “Sem um diálogo direto, é improvável que avancemos”, afirmou Trump durante uma visita ao Oriente Médio.
A decisão de Zelensky de cancelar a participação nas negociações ressalta as dificuldades em encontrar uma solução diplomática para o conflito, que já dura mais de três anos. A Ucrânia continua a exigir garantias de segurança e a retirada das forças russas de seu território como pré-condições para qualquer acordo de paz.
A comunidade internacional aguarda os próximos passos dos líderes envolvidos, na esperança de que o diálogo possa ser retomado e que uma solução pacífica seja alcançada.