Crise hídrica afeta mais de 2 bilhões de pessoas no mundo, alerta a ONU

Relatório aponta agravamento da escassez hídrica e cobra ação global diante de impactos na saúde, agricultura e desenvolvimento sustentável

 

Mais de dois bilhões de pessoas ainda vivem sem acesso seguro à água potável no mundo, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). O dado alarmante reforça a gravidade da crise hídrica global, agravada por mudanças climáticas, crescimento populacional, poluição e má gestão dos recursos hídricos.

O levantamento mostra que a escassez vai além da simples falta de água. A ausência de infraestrutura adequada para distribuição e tratamento compromete diretamente a saúde pública, tornando comunidades inteiras vulneráveis a doenças como cólera, hepatite A e diarreia — uma das principais causas de mortalidade infantil em regiões de baixa renda. A segurança alimentar também fica ameaçada: com menos água disponível para irrigação, a produção agrícola torna-se instável, elevando o custo dos alimentos e ampliando o risco de fome em larga escala.

Segundo o relatório da ONU, os mais prejudicados são os grupos sociais marginalizados, que enfrentam condições sanitárias precárias e dependem de fontes hídricas contaminadas. Além disso, impactos climáticos — como secas prolongadas e desertificação — aprofundam ainda mais as desigualdades no acesso ao recurso, sobretudo em partes da África, da Ásia e da América Latina.

Diante desse cenário, a ONU pede urgência na implementação de políticas públicas que garantam o direito humano à água potável. Entre as soluções apontadas estão o investimento em tecnologias de reutilização e dessalinização, a proteção de ecossistemas aquáticos e a ampliação da governança hídrica. A organização também cobra mais responsabilidade dos países desenvolvidos, tanto no financiamento de infraestrutura quanto na cooperação internacional.

A crise hídrica é um dos temas prioritários da Agenda 2030, que estabelece como meta o acesso universal e equitativo à água potável e ao saneamento (ODS 6). No entanto, especialistas alertam que o ritmo atual de ação é insuficiente para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

“A água é essencial para a vida, para a dignidade e para o desenvolvimento. Sem acesso garantido e seguro, nenhum país poderá crescer de forma justa e sustentável.”

O relatório encerra com um apelo à comunidade internacional: sem uma mudança urgente, o mundo pode enfrentar em breve uma crise humanitária silenciosa, mas devastadora.

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