A queda das taxas de fecundidade — ou seja, da média de filhos nascidos vivos por mulher ao longo do período reprodutivo — tem acendido um sinal de alerta em diversas nações. De acordo com estudo publicado pela revista The Lancet, espera-se que, até 2100, a população mundial diminua de tamanho.
No Brasil, os indicadores seguem a mesma tendência. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo 2022, a população brasileira deve atingir seu pico em 2041, com cerca de 220 milhões de habitantes, e depois estagnar. Além disso, a taxa de fecundidade caiu de 2,32 filhos por mulher, em 2000, para 1,57 em 2023.
Essa queda vem sendo observada atentamente por governos de todo o mundo, que buscam políticas públicas para mitigar o chamado “declínio demográfico” — situação em que as taxas de mortalidade superam as de natalidade, resultando em crescimento vegetativo negativo.
Rússia e as novas políticas de incentivo à natalidade
No início de 2025, o governo russo lançou um pacote de estímulos à natalidade, destacando-se o pagamento de bônus monetários a jovens e adolescentes para incentivar gestações e, assim, elevar o número médio de filhos por mulher. A medida visa frear o declínio populacional: em 2024, a Rússia registrou apenas 1,2 milhão de nascimentos, o menor total em 25 anos.
Outros países que enfrentam o declínio demográfico
Na Europa, muitas nações adotam programas semelhantes. Na Grécia, o governo propôs um bônus de € 2 000 por criança nascida. Na Noruega, ampliou-se a duração das licenças-maternidade e-paternidade para incentivar casais a terem filhos.
No continente asiático, o Japão tem investido fortemente em incentivos familiares. Em 2023, foi destinado o equivalente a R$ 127 bilhões a projetos de natalidade, incluindo auxílios diretos aos pais, subsídios para educação infantil e pré-natal, além de horários de trabalho flexíveis e licenças parentais estendidas.
Com essas iniciativas, os governos esperam reverter o declínio demográfico e assegurar o equilíbrio entre gerações, fundamental para a sustentabilidade social e econômica de cada país.