No Brasil, os casos de câncer de próstata são recorrentes entre a população. De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença é o segundo tipo de câncer mais incidente na população masculina de todas as regiões do país.
Com o avançar da idade, o câncer de próstata aumenta sua recorrência, sendo indicado, pelo Ministério da Saúde, que pessoas com próstata, a partir dos 50 anos, procurem uma assistência médica para realizar exames de prevenção à doença. Apesar disso, o estigma com os exames de prevenção (exame de toque ou o PSA) dificultam o diagnóstico da doença, o que muitas vezes resulta em quadros já avançados ou sem cura.
Entretanto, um novo tipo de exame desenvolvido por cientistas da Universidade King's College, em Londres, promete - com os outros dois exames já conhecidos - ampliar o diagnóstico do câncer de próstata, utilizando apenas a saliva.
Sobre o teste
Divulgado no início do mês, o teste utiliza a saliva do paciente para procurar por 130 mutações no DNA dos homens, cada uma das quais pode aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de próstata. Diferente dos outros exames, o de saliva não procura sinais de câncer de próstata dentro do corpo.
O estudo para desenvolver o teste de saliva foi feito com homens com idades entre 55 e 69 anos, e calcularam seus respectivos riscos.
Os homens entre os 10% com pontuação mais alta foram convidados a realizar exames adicionais — incluindo uma biópsia e uma ressonância magnética.
Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica New England Journal of Medicine e revelaram que:
- Dos 745 homens com pontuação alta, 468 estavam preparados para fazer exames adicionais;
- 187 foram diagnosticados com câncer de próstata;
- 103 eram tumores de alto risco que precisavam de tratamento; 74 deles não teriam sido descobertos neste estágio com os exames atuais.
Avanço para o futuro
Apesar de promissor, o teste ainda não está pronto para ser implementado. Alguns fatores, como o fato da pesquisa ter concentrado os seus estudos em pessoas com ascendência europeia - o que influencia nos resultados - impedem que o teste entre em uso por outras regiões do mundo. Em entrevista para a BBC, Dusko Ilic, professor da Universidade King's College London, afirmou que os resultados são "um grande passo no caminho para a implementação clínica, mas ainda há um longo caminho pela frente".