EDUCAÇÃO E DIREITOS

Paralisação em Ananindeua: profissionais da educação cobram reajuste e dignidade no trabalho

Categoria reivindica 40% de aumento salarial, melhorias na infraestrutura das escolas e retomada de direitos retirados pela atual gestão

 

Professores e servidores da rede municipal de Ananindeua cruzaram os braços na manhã desta terça-feira, 8, em um protesto que pede mais que números: exige respeito. A concentração começou por volta das 9h em frente à sede da Prefeitura, onde os trabalhadores tentam ser ouvidos pela gestão do prefeito Daniel Santos. A principal pauta do movimento é o reajuste salarial de 40% acima do piso nacional da educação, mas o ato reúne também uma série de denúncias sobre a precariedade das condições de trabalho nas escolas municipais.

Segundo os organizadores da paralisação, o movimento é resultado direto da rejeição da categoria à proposta da prefeitura, apresentada durante mesa de negociação, que oferecia 1,38% de reajuste, percentual que foi posteriormente elevado para 1,73%, com pagamento previsto apenas para agosto e sem retroativo. Para os educadores, a proposta é insuficiente diante da realidade vivida diariamente nas salas de aula.

Entre as principais denúncias estão a ausência de acompanhantes para estudantes com deficiência, a falta de auxiliares de classe, salas com ventilação inadequada, escassez de carteiras e condições físicas comprometidas. Além disso, os profissionais apontam a retirada de gratificações e a sobrecarga emocional causada pelas cobranças pedagógicas em contextos inviáveis.

A pauta de reivindicações inclui também a implantação de um Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) unificado, a realização de concurso público para substituir os contratos temporários e o fim de desvios de função dentro das escolas. Os manifestantes pedem, ainda, a contratação de merendeiras, profissionais de serviços gerais e apoio técnico especializado para a educação infantil.

De acordo com o Sintepp, a decisão pela paralisação foi tomada em Assembleia Geral no último domingo, 6. Embora, inicialmente, o ato tenha sido anunciado como de apenas um dia, a categoria não descarta a possibilidade de ampliação, a depender da resposta do poder público. A expectativa era de que representantes da prefeitura recebessem uma comissão ainda pela manhã para dar início a uma nova rodada de negociações.

Enquanto isso, o apelo dos educadores segue firme: não se trata apenas de aumento salarial, mas de garantir condições mínimas para que a educação pública em Ananindeua seja, de fato, um direito e não uma resistência diária.

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