Em um cenário carregado de simbolismo, os presidentes Donald Trump (Eua) e Volodymyr Zelensky (Ucrânia) protagonizaram neste sábado (26) um encontro surpresa na Basílica de São Pedro, durante as cerimônias fúnebres do Papa Francisco. Num momento de forte comoção mundial, os dois líderes reuniram-se a sós durante cerca de 15 minutos para discutir um possível acordo de paz que possa pôr fim à guerra entre a Ucrânia e a Rússia.
O diálogo ocorreu num contexto especialmente delicado: os Estados Unidos, liderados por Trump, pressionam Kiev a considerar um acordo controverso, que incluiria o reconhecimento da soberania russa sobre aproximadamente 20% do território ucraniano — incluindo a península da Crimeia.
"Foi um bom encontro. Tivemos tempo de abordar muitos temas importantes. Espero que as nossas conversas resultem em ações concretas: proteger a vida do nosso povo e alcançar um cessar-fogo completo e incondicional”, declarou Zelensky a jornalistas, sublinhando que o diálogo tem "potencial para marcar a história", caso as promessas feitas se concretizem.
Good meeting. We discussed a lot one on one. Hoping for results on everything we covered. Protecting lives of our people. Full and unconditional ceasefire. Reliable and lasting peace that will prevent another war from breaking out. Very symbolic meeting that has potential to… pic.twitter.com/q4ZhVXCjw0
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) April 26, 2025
A Casa Branca, por seu lado, emitiu um comunicado classificando a reunião como "muito produtiva", embora sem detalhar as propostas discutidas. Zelensky, que até recentemente resistia a qualquer acordo envolvendo concessões territoriais, demonstrou um otimismo cauteloso após o encontro. Fontes próximas ao governo ucraniano, no entanto, admitem que as atuais condições impostas continuam difíceis de aceitar. O encontro, inesperado e repleto de carga simbólica, poderá vir a ser lembrado como um dos momentos-chave na busca por uma resolução pacífica para o conflito.