A nova empreitada ficcional de Abel Tesfaye, depois da desastrosa tentativa de recriar uma popstar em ascensão em The idol, produção da HBO com Sam Levinson, tem o mesmo nome do seu disco mais recente. Hurry up Tomorrow estreou nos cinemas na semana passada (16 de maio) e já pode ser considerado um fiasco de bilheteria, ficando até fora do top 5 EUA.
O longa, que conta com nomes de peso como Jenna Ortega e Barry Keoghan, traz o músico interpretando uma versão ficcional de si mesmo, mergulhando em insônia e à beira de um colapso mental. Seu empresário, interpretado por Keoghan, lhe oferece cocaína toda noite para ajudá-lo a subir no palco. Jenna Ortega faz Anima, uma garota muito jovem, que começa o filme botando fogo na casa de alguém.
Mesmo com mais de 2000 salas nos Estados Unidos, o filme arrecadou apenas US$ 3,3 milhões em seu fim de semana de estreia, longe de cobrir o orçamento estimado em US$ 15 milhões. Hurry up Tomorrow ficou em sexto lugar no ranking, bem atrás de Premonição 6:Laços de Sangue, o líder da semana.
Co-escrito por The Weeknd, o diretor Trey Edward Shults e Reza Fahim, o filme foi anunciado como um experimento narrativo que fecha um ciclo artístico. Abel Tesfaye já revelou seu desejo de aposentar a persona The Weeknd: ‘’É uma mentalidade que não tenho mais vontade de habitar. Tudo vira uma corrida sem fim: mais álbuns, mais prêmios, mais número um. Isso só termina quando você decide encerrar.’’, disse o cantor à Variety. Ele também relembrou o show em Los Angeles em 2022, quando perdeu a voz no palco: ’’Pensei: você perdeu a voz porque já disse o que precisava dizer. Não force. Encerre a festa no auge’’. The Weeknd recorre a trechos de suas letras como parte do roteiro do filme, e ao mesmo tempo que fala em um ponto final, diz não ter tanta certeza sobre esse encerramento. O interessante é que tanto a série da HBO, como o filme recém lançado nos cinemas, têm um ponto em comum: músicos lidando com problemas psicológicos enquanto tentam fazer seu trabalho.