O atacante Bruno Henrique, ídolo do Flamengo, foi denunciado formalmente pelo Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF) por fraude esportiva e estelionato nesta quarta-feira (28). As investigações apontam que o jogador teria recebido um cartão amarelo intencional durante o jogo entre Flamengo e Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023, para beneficiar um grupo de familiares e amigos próximos em apostas esportivas.
As acusações
Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), as provas incluem:
- Troca de mensagens entre Bruno Henrique e seus familiares;
- Análise da súmula do jogo em questão (Flamengo 2 x 1 Santos, em novembro de 2023);
- Movimentação financeira suspeita de pessoas próximas ao atleta após a partida.
O MP-DF afirma que o cartão amarelo, recebido aos 43 minutos do segundo tempo, teria sido combinado previamente para garantir lucro em apostas do tipo "será advertido?".
A defesa e os próximos passos
Até o momento, Bruno Henrique não se manifestou publicamente. Seu advogado, Dr. João Pedro Silva, afirmou que "repudia as acusações e confia na Justiça para esclarecer os fatos".
O caso agora segue para a Justiça do DF, que decidirá se aceita ou não a denúncia. Se homologada, o processo poderá resultar em:
- Pena de 2 a 6 anos de prisão (por fraude esportiva);
- Multa e suspensão das atividades esportivas (caso a CBF e a FIFA se manifestem).
Flamengo se pronuncia
Em nota oficial, o clube declarou:
"O Flamengo foi surpreendido pela notícia e aguarda os desdobramentos jurídicos. O atleta seguirá normalmente com o grupo para o Mundial de Clubes".
Bruno Henrique viajou com o elenco para os EUA, onde o Rubro-Negro estreia no torneio no dia 16 de junho.
Reflexos no futebol brasileiro
O episódio envolvendo Bruno Henrique reacende discussões sobre a vulnerabilidade do futebol nacional diante das apostas esportivas.
O crescimento desse mercado nos últimos anos tem levantado preocupações sobre a integridade das competições e o envolvimento de atletas em esquemas de manipulação.
Em 2023, o goleiro Matheus Gomes, ex-São Bernardo, foi suspenso por 720 dias após ser flagrado em um esquema semelhante.
Diante dos recorrentes casos, a CBF e a FIFA intensificaram a pressão por uma regulamentação mais rígida, cobrando mecanismos de fiscalização mais eficazes e punições severas para proteger a credibilidade do esporte.