Admiradora da “Dama de Ferro”, a ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher, Takaichi enfrentará grandes dificuldades em relação ao declínio demográfico no Japão, além de desafios econômicos. A nova líder já ocupou vários cargos ministeriais, como o de Ministra da Segurança Econômica do Japão, e a sua eleição contribuiu para uma nova mínima do iene. Apesar das inclinações políticas polêmicas, como a instituição da Lei Sálica e a obrigação dos casais de utilizarem o mesmo sobrenome, a premiê inicia as atividades enfatizando que gostaria de um Executivo com número expressivo de mulheres, além de destacar a importância das agendas públicas que abordam a saúde da mulher.
A nova premiê é conhecida por ser a “protegida” do falecido ex-premiê Shinzo Abe (2022) e a sua liderança traz traços do seu mentor, como ser a favor do aumento da despesa pública para impulsionar a economia.
O partido nomeou Takaichi como presidente em 4 de outubro, o que gerou movimentações partidárias por parte de aliados, como o Komeito, que se desvinculou da coligação que contava com mais de duas décadas, mas também contribuiu para a formação de uma nova aliança partidária com o Partido Japonês para a Inovação (ISHIN), conhecidos pela imagem de um grupo reformista de centro - direita.
A aprovação do Partido Liberal Democrata e o seu modelo conservador de direita sempre estiveram em alta no Japão, mas nas últimas décadas veio perdendo apoio de aliados nas duas câmaras do parlamento do país em virtude dos escândalos financeiros do partido, além das inclinações polêmicas conservadoras de Takaichi.
Takaichi tem em mãos grandes desafios internos frente à governança, sobretudo em virtude do número de cadeiras no Parlamento que possui número inferior a 233, além da recuperação de confiança em relação ao Partido Liberal Democrata que se desgastou com o decorrer dos anos.
