O porto de Shahid Rajaee, no sul do Irã, foi palco de uma grande explosão na manhã de sábado (26). O incidente resultou na morte de pelo menos 46 pessoas e mais de 1200 feridos, segundo a agência IRNA (Islamic Republic News Agency - Agência de Notícias da República Islâmica, em tradução livre). O porto fica na cidade de Bandar Abbas, no Estreito de Olmuz, a cerca de 1,2 quilômetros da capital Teerã. A explosão aconteceu no mesmo dia em que o Irã iniciou uma terceira rodada de negociações com os EUA para um acordo sobre tecnologia nuclear.

Momento da explosão no porto de Shahid Rajaei, no Irã (reprodução/YouTube/Terra Brasil)

Ainda de acordo com a agência, autoridades iranianas formaram uma equipe de investigação para averiguar as causas da explosão. A TV estatal iraniana disse que “a negligência no manuseio de materiais inflamáveis foi um fator contribuinte” para a explosão. O presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, foi até o local ontem (27) para expressar gratidão aos socorristas.

Os incêndios continuavam a ser combatidos no domingo (27) em várias partes da área afetada, com helicópteros e bombeiros trabalhando para apagá-los. A Rússia ordenou o envio de aviões com especialistas para ajudar no combate ao fogo, segundo a embaixada russa no Irã. As autoridades iranianas ordenaram o fechamento de escritórios e estabelecimentos escolares da cidade, que tem cerca de 650 mil habitantes, por causa da fumaça que continuava a se espalhar pelos arredores. O Ministério da Saúde pediu aos habitantes para permanecerem em casa “até novo aviso”. Até a manhã de hoje (28), o incêndio ainda não foi completamente combatido.

Produtos químicos presentes no porto são suspeitos de contribuírem para a explosão. Apesar de a mídia internacional ter relatado que a explosão poderia estar relacionada com manuseio inadequado de combustível sólido utilizado em mísseis, o Ministério da Defesa iraniano negou a afirmação. Um porta-voz do governo afirmou à televisão estatal que a área afetada não tinha nenhuma carga militar.

O governador da província, Mohammad Ashouri, declarou três dias de luto a partir de domingo (27), e um um dia de luto nacional foi decretado para esta segunda-feira (28).