Na manhã desta segunda-feira (28), os cardeais da Igreja Católica se reuniram para discutir a data para o início do conclave que decidirá o novo líder católico. Esta reunião é a primeira após o funeral do Papa Francisco, que faleceu no último dia 21. Os cardeais católicos escolheram o dia 7 de maio para o início do processo de escolha do novo papa. Segundo o Vaticano, o conclave será precedido de uma celebração eucarística solene, com a missa para a eleição do Papa (Pro Eligendo Papa, em latim).
A missa será realizada na Basílica de São Pedro. À tarde, os cardeais seguem em procissão solene até a Capela Sistina. A Capela, construída por ordem do Papa Sisto IV no século XV, foi fechada nesta segunda (28) para visitantes até que a eleição seja concluída. Ela tem sido palco de todos os conclaves desde 1492.
Na etapa de votação do conclave, os cardeais com menos de 80 anos podem participar. Atualmente, são 135 cardeais votantes, incluindo oito brasileiros. A votação acontece a portas fechadas e em completo sigilo. A capela é verificada em busca de câmeras e microfones escondidos e os cardeais não têm permissão para falar com ninguém de fora do grupo sobre os procedimentos.
A votação acontece em cédulas de papel distribuídas a cada cardeal, que escreve o nome do candidato escolhido abaixo das palavras em latim “Eligo in Summun Pontificem” (Eu elejo como pontífice supremo). Pela regra, os cardeais não podem votar em si próprios e os votos são anônimos.
Ao terminarem, cada cardeal, seguindo ordem de senioridade, caminha até um altar para colocar sua cédula dobrada em um cálice. Os votos são então contados e o resultado é lido. Para ser eleito, um papa precisa alcançar a maioria de dois terços dos votos. Se não houver maioria, o processo é repetido, podendo chegar a até quatro votações diárias. Caso um papa não tenha sido escolhido, as cédulas são queimadas junto a um produto que deixa a fumaça preta. Porém, se a fumaça do telhado sair branca, é sinal de que um novo pontífice foi eleito.
Os dois últimos conclaves, que elegeram o Papa Bento XVI em 2005 e o Papa Francisco em 2013, duraram somente dois dias. Porém, segundo o cardeal sueco Anders Arborelius, este conclave poderá durar mais, já que muitos dos cardeais nomeados pelo Papa Francisco nunca sequer se conheceram.