A escalada da guerra na Ucrânia ganhou novos contornos nesta semana após o Kremlin lançar o míssil balístico de médio alcance "Oreshnik" contra um complexo industrial na região de Dnipropetrovsk. O ataque foi anunciado pelo presidente Vladimir Putin como uma retaliação à autorização dos EUA e Reino Unido para o uso de armamentos ocidentais em território russo.
Tensão global aumenta
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou nesta sexta-feira, 22, que a administração norte-americana "não tem dúvidas" sobre a mensagem transmitida pela Rússia. Segundo ele, o lançamento do "Oreshnik" reforça a disposição de Moscou em responder à participação do Ocidente na guerra.
O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, destacou os recentes avanços no front, apontando que as forças russas se aproximaram de áreas estratégicas, como Pokrovsk, Kurakhove e Kupiansk. Ele afirmou que a campanha militar ucraniana para 2025 foi "praticamente neutralizada".
Parlamento ucraniano interrompe atividades
Em Kiev, o Parlamento suspendeu as atividades nesta sexta-feira devido ao aumento do risco de ataques russos. Legisladores foram orientados a evitar o distrito governamental e proteger suas famílias.
Yaroslav Zheleznyak, parlamentar ucraniano, explicou que, apesar da ausência de eventos críticos na agenda, a decisão visa preservar a segurança. A próxima sessão está prevista para dezembro.
Impacto dos ataques na Ucrânia
A escalada também trouxe novos bombardeios à cidade de Sumy, onde um prédio residencial foi atingido por um drone russo, resultando em pelo menos duas mortes e 12 feridos. A administração local descreveu o ataque como parte de uma campanha de intimidação contra áreas civis próximas à fronteira.
Reunião de emergência na Otan
Com a intensificação dos combates, representantes da Otan e da Ucrânia se reunirão na próxima terça-feira, em Bruxelas. O chanceler ucraniano, Andriy Sybiga, afirmou que o encontro deve trazer "resultados concretos" para conter o avanço russo.
Novo capítulo no uso de mísseis
Putin classificou o "Oreshnik" como um artefato que representa um marco na estratégia russa. Ele ressaltou que o míssil tem capacidade de transportar múltiplas ogivas, inclusive nucleares, e operar a velocidades de até Mach 10, o tornando praticamente imune aos sistemas de defesa ocidentais.
Analistas, no entanto, alertam que a decisão de ampliar os critérios para o uso de armas nucleares, anunciada pelo Kremlin nesta semana, sinaliza uma postura cada vez mais agressiva.
Perspectivas
Enquanto o conflito assume proporções globais, especialistas apontam para uma necessidade urgente de diálogo entre as potências. A ampliação da guerra ameaça não apenas a estabilidade regional, mas também o equilíbrio geopolítico mundial.