A rede de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde está investigando 62 mortes que podem estar relacionadas à dengue em 2025, em contraste com as quatro mortes já confirmadas neste ano, no qual mais de 55 mil casos da doença foram registrados até agora. O estado de São Paulo lidera em número de casos, com 29.447, conforme indicado pela plataforma Painel de Monitoramento da pasta.
Entre os pacientes do estado, uma morte foi confirmada no município de Guaíra, e 51 óbitos ainda estão sob investigação. O falecimento em Guaíra ocorreu na última terça-feira (14) e foi oficialmente reconhecido pela prefeitura na quarta-feira. A administração municipal anunciou que intensificará as iniciativas de prevenção e ressaltou a importância da colaboração da população para conter a disseminação da doença. "A Prefeitura mobilizou direções e departamentos para expandir as ações preventivas. Estamos realizando visitas domiciliares, inspeções casa a casa e fornecendo orientações diretas aos moradores", informou Cervantes da Silva Garcia, diretor de Saúde.
Ele também enfatizou a relevância da vacinação contra a dengue, que está disponível em todos os postos de saúde para jovens entre 10 e 14 anos, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde. "É importante lembrar que a vacina não substitui outras medidas preventivas, pois o mosquito também é vetor de outras doenças como zika e chikungunya", acrescentou.
Guaíra possui aproximadamente 40 mil habitantes e está situada no norte do estado, perto da divisa com Minas Gerais e cidades maiores como Ribeirão Preto e Barretos. A prefeitura relatou que foram notificados 494 casos, dos quais 183 foram descartados, 104 confirmados como positivos e 207 considerados suspeitos. Atualmente, duas pessoas estão internadas na UTI (unidade de terapia intensiva) da Santa Casa de Misericórdia local.
Curiosamente, a informação sobre a morte confirmada em Guaíra ainda não foi atualizada na ferramenta estadual de monitoramento, que registra 56 óbitos sob investigação e nenhum confirmado até o momento, apesar dos 39 mil casos prováveis da doença neste ano.
Em comunicado, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo afirmou que "monitora continuamente a situação da dengue e outras arboviroses no estado, levando em conta indicadores essenciais para avaliar o comportamento da epidemia". Os dados sobre casos e óbitos são coletados do Sistema de Informação de Notificação de Agravos do Ministério da Saúde, no qual os municípios são encarregados das notificações e investigações. As informações são atualizadas diariamente e disponibilizadas em boletins e painéis informativos no portal dengue.saude.sp.gov.br. Divergências podem surgir devido à frequência das atualizações e possíveis alterações nas fichas preenchidas pelos municípios.
Na última quarta-feira (15), a pasta estadual apresentou seu Plano de Contingência das Arboviroses Urbanas para o biênio 2025/2026 e reafirmou que há circulação confirmada dos sorotipos 1, 2 e 3 da doença no estado, sendo o último o mais prevalente. Além disso, o estado permanece atento ao surto de gastroenterite no litoral e ao aumento dos casos de febre amarela em áreas rurais nas regiões de Campinas e Ribeirão Preto.
Com informações da Agência Brasil.
