As estudantes de medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeiras Soares Foffano publicaram um vídeo dia 17 de fevereiro na rede social TikTok contando, sobre os 4 transplantes que a paciente Vitória Chaves da Silva teve que fazer ao longo de sua vida. Elas não citam o nome da paciente, mas sua história foi reconhecida pelo amigo da paciente que enviou o vídeo para a familia de Vitória. No vídeo publicado, Gabrielli teria afirmado que um dos transplantes cardíacos não foi bem-sucedido, pois a paciente não teria tomado os remédios corretamente e Thaís ironizou dizendo "Essa menina está achando que tem sete vidas. Não sei. Já é tão raro, difícil a questão de compatibilidade, doação, 'n' fatores que não sei especificamente por que não passamos por cirurgia cardíaca ainda. Estou em choque. Simplesmente uma pessoa que passou por três transplantes de coração. Ela recebeu três corações diferentes”.
Diante disso, a família de Vitória pediu por uma retratação das estudantes, pois, segundo a irmã da paciente, Giovana Chaves da Silva, o segundo transplante não havia sido bem-sucedido, pois Vitória teve infelizmente a doença do enxerto. "Elas fazem essa afirmação e não foi isso. Nós temos prova com o testemunho da médica que cuidou da minha irmã por 22 anos. Ela teve doença do enxerto, que é normal dar em órgão transplantado", diz Giovana. As estudantes Gabrielli e Thaís fizeram outro vídeo dessa vez se retratando por expor a paciente Vitória, que chegou a falecer por choque séptico e insuficiência renal crônica nove dias após a publicação do TikTok, afirma Giovana, irmã da paciente.
No vídeo de retratação, elas lamentam a perda da paciente: "Estamos vindo a público para dizer para a família que sentimos muito pela perda e deixar claro que a intenção do vídeo jamais foi expor. A única intenção do vídeo foi demonstrar surpresa por um caso muito raro que tomamos conhecimento dentro de um ambiente de prática e aprendizagem médica" e, por fim, ressaltaram: "Além disso, é muito importante ressaltar que não tivemos acesso à paciente, ao seu prontuário ou divulgamos qualquer imagem relacionada a ela. Nós nem sequer sabíamos o seu nome completo. Todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas para que todos os fatos sejam esclarecidos da melhor forma possível".
Por fim, a Faculdade de Medicina de São Paulo (FMUSP) publicou uma nota explicando que as alunas são "graduandas de outras instituições e estavam no hospital em função de um curso de extensão de curta duração" e completa dizendo que "repudia com veemência qualquer forma de desrespeito a pacientes e reafirma o compromisso inegociável com a ética".