O presidente do Corinthians, Augusto Melo, está no centro de mais uma turbulência política no Parque São Jorge. Nesta segunda-feira (05), um terceiro pedido de impeachment foi protocolado contra o mandatário, desta vez pelo conselheiro Paulo Roberto Bastos, da Chapa 82. O documento cita a reprovação das contas do clube referentes a 2024, aprovada pelo Conselho Deliberativo na última semana, com 130 votos a favor.
O relatório aponta um déficit financeiro de 19,4%, próximo ao limite de 20% permitido pela Lei do Profut (13.155/2015). Entre as irregularidades destacadas está a inclusão de doações da torcida para o pagamento da Neo Química Arena como receita operacional — prática considerada questionável por especialistas. Apesar de o Corinthians ter superado R$ 1 bilhão em faturamento, a dívida subiu para R$ 829 milhões, revertendo a queda dos últimos anos.
Acusações detalhadas
O processo lista uma série de falhas administrativas:
- Contratações irregulares de empresas como Workserv e Kiara Segurança, sem documentos formais;
- Aumento de 85% nas despesas do futebol e 23% na folha salarial do clube social;
- Desmonte do Fiel Torcedor, com queda de 34% na receita (de R$ 106,5 milhões para R$ 70,6 milhões);
- Omissão de relatórios de auditoria e falta de transparência em gastos extras de R$ 200 milhões.
Contexto político
Augusto Melo já enfrenta outros dois processos de impeachment: um relacionado ao patrocínio controverso com a VaideBet e outro por omissão de dívidas. Se o novo pedido avançar, ele poderá ser afastado temporariamente e ter seu caso votado em Assembleia Geral.
Enquanto isso, o Corinthians segue em crise institucional, com a torcida pressionando por mudanças.