A Faixa de Gaza enfrenta uma crise humanitária sem precedentes após mais de 60 dias de bloqueio total imposto por Israel, que impede a entrada de alimentos, água, medicamentos e combustível no território palestino. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 52 mil pessoas morreram desde o início da ofensiva israelense, em outubro de 2023, sendo mais da metade mulheres e crianças.
O bloqueio, que visa pressionar o Hamas a libertar reféns israelenses, levou ao colapso dos serviços básicos. Hospitais estão sem insumos, padarias e cozinhas comunitárias foram fechadas, e a população sobrevive com uma refeição por dia ou menos . A escassez extrema de recursos provocou saques e episódios de violência interna, incluindo a execução de seis palestinos pelo Hamas por suposto envolvimento em roubos de alimentos.
A ONU classificou o bloqueio como “punição coletiva cruel” e alertou que mais de 1 milhão de crianças estão em risco de desnutrição grave . O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) rejeitou um plano israelense para assumir o controle da distribuição de ajuda, alegando que a proposta viola princípios fundamentais de imparcialidade e neutralidade.
A União Europeia também criticou a situação, com a Alta Representante para Assuntos Exteriores, Kaja Kallas, pedindo a Israel que não “politize” a ajuda humanitária e permita sua distribuição imediata por organizações especializadas.
Apesar das pressões internacionais, Israel mantém o bloqueio e anunciou planos para expandir suas operações militares em Gaza, incluindo a ocupação de áreas adicionais e a criação de “zonas de proteção” que restringem ainda mais o acesso da população a recursos essenciais.
A comunidade internacional continua a exigir a suspensão imediata do bloqueio e o restabelecimento do fluxo de ajuda humanitária para evitar uma catástrofe ainda maior na região.