Este ano os eventos do Dia da Vitória Soviética contaram com a presença de vários líderes mundiais, incluindo o presidente Luis Inácio Lula da Silva e celebridades como Steve Segall.
As comemorações de 9 de maio são consideradas como o evento mais importante do calendário russo, mas você sabe a origem do feriado? Entenda agora como surgiu essa data é porque ela é tão importante para a Rússia de Vladimir Putin!
Origem do feriado
Há exatamente 80 anos atrás chegava ao fim um dos conflitos mais sangrentos e cruéis que a humanidade já viu. Era 8 de maio de 1945 e o Instrumento da Rendição Alemã era assinado pelos nazistas, marcando oficialmente o fim da Segunda Guerra Mundial e a vitória dos Aliados (França, Estados Unidos, Reino Unido e URSS).
Desde então a data é comemorada por estes países como o feriado do Dia da Vitória. No entanto, por estar algumas horas a frente no fuso horário, os países que compuseram a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), comemoram esta data simbólica no dia 9 de maio.
Da sua importância política
Após a dissolução da URSS, o feriado continuou a ser comemorado com paradas militares em todos estes países, mas agora a Rússia, como o expoente mais poderoso dos países soviéticos, passou a usar a data como forma de elucidar o seu poderio bélico e demonstrar influência internacional.
Desde de 2008, o presidente russo Vladimir Putin tem elevado estas paradas militares a outro nível. Todos os anos são realizados desfiles suntuosos na Praça Vermelha, em Moscou, repletos de simbologia e exaltação a URSS, os desfiles são vistos como uma estratégia para legitimar as políticas do Kremlin perante os olhos de seus cidadãos.
Putin transformou os eventos da vitória na chamada Grande Guerra Patriótica, em sinônimo de afirmação nacional, elevando a data a símbolo da força e resiliência russa. TVs do mundo todo registram o evento, líderes mundiais se fazem presente e cidadãos russos assistem orgulhosos as exibições.
Toda a simbologia que cerca o dia 9 de maio e a repudia ao Nazismo, serviu também como uma forma de validar o atual conflito contra os ucranianos. Uma vez que uma das justificativas usadas por Putin para a invasão russa, seria o propósito de “desnazificar” o país vizinho.
"O aparato de propaganda do Kremlin promove a ideia de que a Rússia está hoje, novamente, lutando contra o nazismo — desta vez na Ucrânia — e que, como na 2ª Guerra, esse é um conflito patriótico que exige sacrifícios do povo". Explica o historiador Radchenko, em citação da BBC Brasil.
Vale ressaltar que essa justificativa é contestada pela comunidade internacional e negada pelos ucranianos, já que o presidente Volodimyr Zelensky é de origem judaíca e teve parentes vítimas do Holocausto.