CONFLITO

Israel ocupa hospital em Gaza e intensifica bombardeios

Hospital Kamal Adwan é cenário de tensão e mortes enquanto conflito na região se agrava

As tensões na Faixa de Gaza se intensificaram nesta sexta-feira, 6, quando forças israelenses ocuparam o Hospital Kamal Adwan, localizado em Beit Lahiya, no norte do enclave. A ação incluiu a retirada forçada de funcionários e pessoas deslocadas que buscavam abrigo no local. Pacientes e profissionais foram conduzidos ao pátio sob ordens das tropas, que se retiraram após algumas horas.

Ataques e caos nos arredores do hospital

Segundo o diretor do hospital, Hussam Abu Safiya, o ataque começou com bombardeios nos lados oeste e norte do complexo, seguidos por intensos tiroteios. Ele relatou que corpos de vítimas estavam espalhados pelas ruas próximas ao hospital, retratando um cenário de devastação. "A situação é catastrófica. Há um grande número de mortos e feridos e não há cirurgiões disponíveis", declarou em uma publicação online.

Parte da equipe médica, incluindo uma delegação indonésia especializada em cirurgias de emergência, foi forçada a deixar o local definitivamente. A medida também afetou deslocados que haviam encontrado abrigo no hospital, considerado uma das poucas estruturas ainda funcionais na região.

Contexto do conflito

As Forças de Defesa de Israel (FDI) não comentaram diretamente sobre a ação no Kamal Adwan, mas afirmaram anteriormente que militantes do Hamas utilizam prédios civis, como hospitais e escolas, para fins operacionais. O Hamas, por sua vez, nega as acusações e atribui os ataques israelenses a uma estratégia de bombardeios indiscriminados.

Desde outubro, os hospitais no extremo norte de Gaza têm enfrentado severas dificuldades para operar, sofrendo com repetidos ataques e a falta de recursos médicos básicos. O Ministério da Saúde de Gaza classificou os eventos como "crimes de guerra" e alertou para o colapso iminente do sistema de saúde local.

Apelo internacional

Organizações humanitárias têm alertado sobre o agravamento da crise humanitária em Gaza, onde a restrição de acesso da mídia e o bloqueio contínuo dificultam a verificação de informações. O pedido de socorro emitido pelo Ministério da Saúde denuncia a falta de cuidados médicos adequados para os feridos em estado crítico.

Enquanto as operações militares continuam, a comunidade internacional enfrenta pressões para mediar uma solução que minimize o impacto sobre os civis e as instalações de saúde, já sobrecarregadas e alvo frequente dos confrontos.

Com informações da Agência Brasil.

Compartilhar

Tags