Presidente da Comissão Europeia chega ao Uruguai para finalizar negociações que devem gerar benefícios para ambos os blocos econômicos
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chegou ao Uruguai nesta quinta-feira, 5, para participar das últimas rodadas de negociação de um acordo comercial aguardado há décadas entre a União Europeia e o Mercosul. O acordo, que promete ser o maior já assinado pela UE, deve ser anunciado oficialmente nesta sexta-feira, 6, em Montevidéu, pelos líderes do bloco sul-americano e von der Leyen.
Durante sua visita, a presidente europeia destacou a proximidade de um acordo histórico, que promete fortalecer os laços comerciais entre as duas regiões. “A linha de chegada do acordo está visível. Juntas, nossas economias podem alcançar novos patamares, criando uma das maiores parcerias comerciais e de investimento do mundo”, declarou von der Leyen em uma publicação nas redes sociais.
O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, também se manifestou sobre o acordo e ressaltou a importância da aproximação entre o Mercosul e a União Europeia. “Nunca estivemos tão perto de uma integração profunda entre nossos mercados. Esse é um passo significativo para o futuro de nossas economias e de nossos compromissos com a democracia”, escreveu Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Após anos de negociações intensas, os países do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – se reuniram em Montevidéu, onde fecharam um acordo que deve resultar na redução significativa de tarifas entre os blocos, além de estabelecer uma maior abertura para o comércio de produtos como carne bovina e outros produtos agrícolas. As últimas pendências sobre questões ambientais e compras governamentais foram resolvidas, garantindo que o acordo beneficie ambas as partes.
No entanto, a ratificação do acordo não está livre de desafios. Dentro da União Europeia, há oposição ao acordo, principalmente por parte de agricultores europeus que temem a importação de produtos agrícolas sul-americanos que, segundo eles, não atendem aos rigorosos padrões ambientais e de segurança alimentar da UE. A França tem sido uma das principais críticas do acordo, acusando-o de prejudicar a agricultura europeia. Por outro lado, países como a Alemanha defendem a importância do acordo para a diversificação comercial da União Europeia, especialmente após o fechamento de mercados como o russo e o crescente desconforto com a dependência da China.
Apesar da resistência, negociadores sul-americanos continuam confiantes de que o acordo será ratificado e que a França não conseguirá formar uma oposição significativa suficiente para bloquear o processo. O acordo, após ser formalmente assinado, ainda precisará passar pela aprovação dos países da União Europeia e pelo Parlamento Europeu, onde uma análise mais detalhada será realizada.
O sucesso do acordo entre o Mercosul e a União Europeia marcará um novo capítulo nas relações comerciais globais e deverá abrir novas oportunidades para negócios e investimentos em ambas as regiões, além de estreitar os laços políticos e econômicos entre os blocos.
Com informações da Agência Brasil.