Neste domingo (13), a coalizão política do presidente argentino Javier Milei, La Libertad Avanza (LLA), enfrentou seu primeiro teste nas urnas desde que assumiu o poder. A eleição na província de Santa Fé, terceira maior do país, marca o início de um ciclo eleitoral que culminará nas eleições legislativas de outubro, onde Milei busca consolidar sua agenda liberal radical em meio a um cenário político fragmentado e desafios econômicos persistentes.
Com 2,8 milhões de eleitores, Santa Fé representa 8% do eleitorado nacional e abriga o terceiro polo agroexportador mundial. A eleição na província escolherá representantes para a reforma constitucional e cargos locais. Em 2023, Milei obteve 62,8% dos votos na região durante o segundo turno presidencial. A irmã do presidente, Karina Milei, secretária-geral da presidência, liderou a formação do partido na província e apresentou candidatos alinhados às políticas nacionais do governo. Analistas apontam que o desempenho da LLA em Santa Fé servirá como indicador da capacidade de transferência de capital político do presidente para seus candidatos locais.
Reformas e apoio internacional
Na sexta-feira (11), o Fundo Monetário Internacional (FMI) também anunciou um empréstimo de US$ 20 bilhões para fortalecer as reservas internacionais argentinas, em apoio às políticas econômicas de Milei. No mesmo dia, o governo eliminou o controle cambial, permitindo a flutuação do dólar entre 1.000 e 1.400 pesos a partir de segunda-feira (14). Essas medidas visam estabilizar a economia, que enfrenta inflação elevada e aumento da pobreza.
Embora o interesse do eleitorado nas eleições seja moderado, o resultado em Santa Fé será observado de perto como um termômetro da popularidade de Milei e da força da LLA. O presidente, que conta com apoio entre 40% e 45% da população, implementou cortes significativos nos gastos públicos, resultando em críticas devido ao impacto social das medidas. As eleições legislativas de outubro serão cruciais para o governo, que busca ampliar sua representação no Congresso e avançar com sua agenda de reformas estruturais.
Com a oposição fragmentada e a sociedade dividida sobre os rumos do país, o ciclo eleitoral de 2025 promete ser decisivo para o futuro político e econômico da Argentina.