Um dispositivo de silicone inserido na garganta por meio de uma incisão, a prótese vocal passou a ser oferecida pelo Hospital Ophir Loyola (HOL), tendo o objetivo de promover a reabilitação de pacientes que passaram pela laringectomia, procedimento de tratamento do o câncer na laringe.

Mais frequente em homens com idade a partir dos 50 anos, que consumiam álcool juntamente com o cigarro, o câncer de laringe provoca sequelas tanto fisiológicas quanto emocionais. A remoção da laringe, um procedimento necessário no tratamento, dificulta a deglutição, reduz o olfato e o paladar, além de privar o indivíduo da capacidade de falar. Essa condição também impacta negativamente a autoimagem e a autoestima, afetando, por consequência, as relações sociais.

De acordo com o HOL, a reabilitação dos pacientes requer uma abordagem multidisciplinar. A fonoaudiologia desempenha um papel crucial ao ensinar técnicas alternativas de comunicação e, quando necessário, orientar sobre o uso de dispositivos para a produção de uma nova voz.

Além da voz esofágica (som natural do esôfago) e da laringe eletrônica - um dispositivo eletrônico portátil que permite a emissão de sons através da vibração da musculatura do pescoço logo após a operação. Os pacientes acompanhados pela Cirurgia de Cabeça e Pescoço agora têm a possibilidade de emitir uma voz mais natural em termos de fluência e construção das frases.

Intervenções cirúrgicas - A cirurgia para inserção de uma prótese vocal é realizada sob anestesia geral e envolve a criação de uma fístula entre a via alimentar e a via respiratória. A prótese é implantada nesse local e quando o paciente fecha a traqueostomia, o ar é redirecionado para o esôfago, fazendo-o vibrar e gerar som. O procedimento pode ser realizado 20 minutos após a remoção da laringe ou conforme determinado pelo cirurgião de cabeça e pescoço.

Após a cirurgia, a reabilitação com fonoaudiólogo é realizada para ajudar no aprimoramento vocal, treinar a articulação e melhorar a vocalização com exercícios específicos para que o paciente consiga emitir um som mais natural da voz. Pelo menos uma vez por semana, o paciente precisa ser acompanhado pela equipe de fonoaudiologia para obter um melhor desempenho vocal.

Com informações de Agência Pará