Uma onça-pintada resgatada em condições críticas na região de Sinop, a 503 km de Cuiabá, retornou à natureza após dois anos de reabilitação e adaptação. Batizada de Xamã, o felino foi solto na Serra do Cachimbo, no sul do Pará, marcando um importante marco para a conservação da espécie no Brasil. A soltura foi realizada em outubro, mas divulgada nesta sexta-feira, 29, em celebração ao Dia Nacional da Onça-pintada.
Xamã foi encontrada em 2021, com apenas oito meses de idade, em uma área desmatada com focos de incêndio. O resgate foi conduzido pela ONG Onçafari, com apoio da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), onde o animal passou por tratamento e adaptação em um recinto projetado para simular a vida selvagem.
O local, com cerca de 15 mil m², ofereceu condições que prepararam Xamã para sua reintrodução ao habitat natural. A escolha da Serra do Cachimbo, segundo o biólogo Leonardo Sartorello, da Onçafari, foi estratégica por se tratar do mesmo bioma onde o animal foi resgatado, garantindo maior compatibilidade ambiental.
A reintegração do felino seguiu o método de soft release, em que o animal decide o momento de deixar a área cercada. Para Xamã, esse processo levou 12 horas, um indicativo de sua confiança e preparo para a vida livre.
Preservação da onça-pintada
O Dia Nacional da Onça-pintada, instituído em 2018, busca conscientizar sobre a importância ecológica, cultural e econômica do maior felino das Américas. A espécie enfrenta ameaças crescentes devido ao desmatamento e à perda de habitat, mas esforços como o resgate e a reintrodução de Xamã reforçam o compromisso com sua preservação.
O papel da refaunação
O processo de refaunação, que devolve animais ao seu habitat natural, é crucial para restaurar ecossistemas degradados. A história de Xamã simboliza a esperança de que ações coordenadas entre pesquisadores, ONGs e instituições possam reverter os impactos da degradação ambiental e garantir um futuro para a fauna brasileira.