O número de pessoas vivendo em situação de rua no Brasil registradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) ultrapassou a marca de 220 mil em 2024, segundo dados divulgados recentemente pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. O aumento representa um crescimento de mais de 15% em relação ao ano anterior e reforça o alerta sobre a crescente vulnerabilidade social no país.
Os dados mostram que o Sudeste concentra a maior parte da população em situação de rua cadastrada, com destaque para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Capitais como São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre registraram aumentos expressivos nos últimos 12 meses, segundo informações complementares repassadas por secretarias municipais.
Especialistas em políticas públicas afirmam que o crescimento dessa população está diretamente ligado a fatores estruturais como desemprego, alta do custo de vida, déficit habitacional e fragilidade das redes de apoio. “A pandemia acentuou um processo que já vinha em curso, e muitos não conseguiram se reinserir social e economicamente”, explica a socióloga Carla Moreira, pesquisadora da UFRJ.
Embora o CadÚnico permita uma maior visibilidade sobre quem está em situação de rua — o que facilita o direcionamento de políticas públicas — organizações da sociedade civil apontam que os números reais podem ser ainda maiores, já que nem todas as pessoas nessa condição conseguem acesso ao cadastro.
O governo federal anunciou que deve ampliar o alcance do programa Moradia Primeiro, voltado especificamente para a população de rua, além de reforçar parcerias com prefeituras para garantir acesso a abrigos, alimentação e atendimentos de saúde e assistência social.
A expectativa é que novas medidas sejam apresentadas ainda no primeiro semestre de 2025, com foco na reinserção social e profissional dessas pessoas.
Com informação Agência Brasil