Oito policiais militares foram afastados preventivamente após a suspeita de participação no assassinato do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O crime, ocorrido na última sexta-feira, é investigado por uma força-tarefa da Secretaria de Segurança Pública (SSP), que apura as possíveis responsabilidades dos agentes e os detalhes da emboscada.
O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, figura-chave em delações que revelaram informações sobre a atuação de uma facção criminosa, foi morto no dia 8 de novembro em um ataque violento que expôs um esquema de segurança privada irregular envolvendo agentes públicos. Dois homens armados, portando fuzis, dispararam mais de 29 vezes contra a vítima, que aguardava no setor de desembarque do aeroporto, resultando na morte de Gritzbach e ferindo outras quatro pessoas, incluindo um motorista de aplicativo que não resistiu.
O grupo de policiais afastados estava sob investigação da Corregedoria da Polícia Militar antes do ocorrido, com suspeitas de realizar escolta privada para o empresário, prática irregular e vedada pela corporação. Segundo a SSP, esse “bico” não autorizado envolvia a proteção de uma figura ligada ao crime organizado, o que agrava as possíveis consequências para os envolvidos.
A força-tarefa que conduz a investigação conta com representantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Técnico-Científica, além do acompanhamento do Ministério Público, que procura esclarecer as motivações do crime e identificar os responsáveis. Como o assassinato ocorreu em uma área de segurança internacional, a Polícia Federal também participa da apuração, buscando imagens de câmeras e ouvindo testemunhas e sobreviventes que possam contribuir com informações.
De acordo com a SSP, os PMs envolvidos pertencem majoritariamente ao 18º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, na Zona Norte de São Paulo, com outros oriundos do 23º Batalhão na Zona Oeste. A Secretaria ainda destacou o “repúdio” à conduta dos agentes por “escoltar um indivíduo diretamente relacionado com uma facção criminosa.”
Nenhum dos suspeitos de efetuar os disparos foi detido até o momento.