Pelo segundo ano consecutivo, o Real Madrid decidiu boicotar institucionalmente a cerimônia da Bola de Ouro, que ocorre nesta segunda-feira (22/09), no Théâtre du Châtelet, em Paris. A decisão, confirmada por veículos da imprensa espanhola, mantém o posicionamento adotado em 2024, quando o clube considerou haver "desrespeito" após Vinícius Júnior não ser premiado como melhor jogador do mundo – título que ficou com Rodri, do Manchester City.
Desta vez, mesmo com três representantes entre os indicados ao principal prêmio a diretoria madrilena não estará presente. O clube liberou os atletas para participarem voluntariamente, mas a proximidade do jogo contra o Levante, marcado para terça-feira (23/09) pela LaLiga, deve impedir a presença deles.
Contexto do boicote
A relação conturbada entre o Real Madrid e os organizadores da Bola de Ouro, premiação realizada pela revista France Football com apoio da UEFA, intensificou-se no ano passado. Na ocasião, o clube foi informado às vésperas da cerimônia que Vinícius não seria o vencedor, mesmo sendo um dos favoritos.
Na edição de 2024 do FIFA The Best, premiação organizada pela entidade máxima do futebol, o brasileiro foi eleito o melhor do mundo, fato que reforçou a tese do Real Madrid de que a Bola de Ouro teria tomado uma decisão questionável. Desde então, o clube aproximou-se publicamente da FIFA.
Além dos três nomes na disputa principal, o Real Madrid tem outros representantes indicados: o jovem defensor Huijsen concorre ao Troféu Kopa (melhor sub-21), e o goleiro Thibaut Courtois ao Troféu Yashin (melhor goleiro). Nenhum deles, porém, deve comparecer.
No futebol feminino, a situação é diferente: Caroline Weir, indicada à Bola de Ouro feminina, e Linda Caicedo, ao Troféu Kopa feminino, devem representar o clube em Paris. A ausência generalizada do elenco masculino reforça o caráter institucional do boicote, que já era esperado pela imprensa europeia.
Repercussão no cenário atual
A postura do Real Madrid reflete uma disputa de influência no futebol global. Ao priorizar o alinhamento com a FIFA, o clube espanhol sinaliza descontentamento com a UEFA e com critérios que julga inconsistentes. A ausência na Bola de Ouro, portanto, vai além de um protesto pontual: é um movimento estratégico em um cenário de poder cada vez mais polarizado.
Enquanto isso, os jogadores seguem focados nos objetivos esportivos. O compromisso contra o Levante, pela LaLiga, foi priorizado pela comissão técnica, que evitou qualquer risco de desgaste físico ou logístico às vésperas de uma partida oficial.