Durante a coletiva realizada, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou nesta segunda-feira (15) que os Estados Unidos não são referências para se estabelecer relações comerciais com a América Latina. Segundo o porta-voz, o governo chinês, que vinha avaliando o tratamento norte-americano ao longo dos séculos, afirma que essa relação se constituiu de “saques” e “intimidações” resultando numa região “vaso sanguíneo cortado”.
“Os Estados Unidos há muito tempo intimidam e saqueiam a América Latina, tornando-a um ‘vaso sanguíneo cortado’. Os Estados Unidos não têm o direito de comentar ou ditar a cooperação entre China e América Latina”, disse o porta-voz do governo chinês.
A declaração de Jian foi uma resposta à fala do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que afirmava que os investimentos chineses dentro da região sul-americana são “gananciosos” e que o país adquiriu direitos minerais nesses países, deixando-os em dívida.
Jian negou tais alegações de que a presença chinesa no continente teria motivações geopolíticas ocultas, e enfatizou o caráter de “benefício mútuo” da relação de Pequim com os países latino-americanos. “A China está comprometida com a igualdade e o benefício mútuo em suas relações com esses países e nunca buscará uma esfera de influência ou atacará terceiros”, afirmou o diplomata.
O porta-voz deixa claro sobre a notabilidade da China na integração do Sul Global e ressalta os interesses em relação ao compromisso em promover a unidade e revitalização do Sul Global. O diplomata também ressalta a importância sobre a cooperação econômica e comercial da China com os outros países, concluindo que as características da região são vantagens complementares e trazem vantagens para ambas as partes envolvidas.
Já é a segunda vez em dois dias que o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China critica a relação entre os EUA e a América Latina. O diplomata afirmou a jornalistas durante entrevista na segunda-feira (14), que os Estados Unidos tratam a região como “seu quintal”. A relação de confronto entre o tratamento aos países da América do Sul são resultados de um contexto de guerra comercial entre EUA e China.
Após a reeleição do presidente Donald Trump(Partido Republicano), iniciou-se uma série de taxações para os parceiros comerciais, e que impactam de forma direta nos chineses, e portanto, Pequim busca um apoio maior entre os demais países em busca de mais aliados.