TENTATIVA DE GOLPE

Documentos revelam conspiração militar contra Lula, Alckmin e Moraes

Estratégia incluía armas de guerra, veneno e sequestro para enfraquecer a democracia brasileira

A Polícia Federal desmantelou um grupo de militares e um policial federal envolvidos em uma conspiração para assassinar figuras do governo eleito de 2022, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. O plano foi desarticulado após a apreensão de documentos que detalhavam um atentado orquestrado com precisão militar, com a intenção de sequestrar ou matar as autoridades em questão para frustrar a posse do novo governo.

Em 2022, meses antes da posse de Lula, o país foi surpreendido com a descoberta de um plano golpista que visava o assassinato de altos membros do governo eleito. Segundo a Polícia Federal, os golpistas, integrantes de um grupo radical de militares, elaboraram um documento chamado "Planejamento Punhal Verde Amarelo", onde apresentavam um planejamento para executar atentados contra o presidente eleito, o vice-presidente e o ministro do STF.

Os detalhes do plano indicam que o grupo estava disposto a utilizar todos os meios possíveis para cumprir sua missão, incluindo o uso de armas de guerra e até envenenamento.

Os principais alvos identificados pelo grupo foram o presidente eleito Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. No documento, os golpistas se referem a esses alvos usando codinomes: Jeca para Lula, Joca para Alckmin e Juca para uma figura não identificada pela PF.

De acordo com a investigação, o grupo estava tão comprometido com o sucesso da operação que não hesitaria em realizar o ataque, mesmo com o risco de morte para suas próprias equipes.

O plano detalha uma série de itens necessários para a execução do atentado, como coletes à prova de balas, rádios de comunicação e armas de alta potência, incluindo pistolas, fuzis, lança-granadas e granadas. As táticas incluíam uma ação coordenada para neutralizar a segurança de Moraes, Alckmin e Lula, com a utilização de armamento pesado e estratégias de ataque rápido.

O documento ainda descrevia que a execução do atentado seria feita em um prazo de cerca de duas semanas, com a operação final sendo realizada em um período de até oito horas. A preocupação com a segurança das vítimas e a eficácia do plano estava claramente refletida nas recomendações sobre as "condições de execução", que envolviam desde ataques a curta distância até o uso de veneno para neutralizar os alvos.

Após a descoberta dos documentos, a Polícia Federal prendeu cinco pessoas, incluindo quatro militares do Exército e um policial federal, envolvidos diretamente no planejamento do golpe. O general de brigada Mário Fernandes, um dos principais responsáveis pela organização do atentado, foi identificado como figura chave no grupo e foi preso junto com os outros conspiradores.

As investigações revelaram que o grupo estava vinculado a movimentos golpistas que tomaram as ruas de Brasília após a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro, e que a tentativa de sequestrar o ministro Alexandre de Moraes, em dezembro de 2022, estava entre os primeiros passos de uma série de ações criminosas orquestradas por esse grupo radical.

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