Líder da oposição rejeita proposta de 'meia anistia' para o 8 de Janeiro

Rogério Marinho afirmou que é contra a proposta; “A democracia está doente”

 

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), rejeitou nesta segunda-feira, 28, a sugestão do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), de apresentar uma nova proposta de anistia aos envolvidos com o 8 de Janeiro. Marinho afirmou que não aceita qualquer tipo de "meia anistia" aos envolvidos nos atos. 

“Sou contra essa proposta. A democracia está doente. Se for verdadeira a notícia [do acordo], o Supremo, ao invés de fazer seu papel de julgar imparcialmente, tenta tutelar a vontade do Legislativo. Isso é grave, claramente há um desequilíbrio entre os Poderes. Já bastam as entrevistas de ministros sobre processos que julgarão, cada vez mais isso vai correndo a credibilidade do Judiciário. Espero que seja só especulação”, disse Rogério Marinho ao Metrópoles.

Articulada entre os Poderes e para ganhar força, a nova proposta de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro seria protocolada com a assinatura do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Líderes do Centrão já comunicaram ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o interesse em aprovar a medida.

A exigência para apoiar uma nova proposta é que ela evite um novo conflito entre o Congresso e o STF, prevenindo a repetição da crise institucional gerada pela revisão da transparência das emendas parlamentares. Diante disso, Motta optou por arquivar o pedido de urgência do texto da oposição, o qual visa uma anistia geral.

O governo de Lula se opõe à proposta, pois avalia que a possível aprovação do projeto poderia favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Que está inelegível até 2030 por decisão do TSE, Bolsonaro também é investigado no STF por supostamente planejar um golpe de Estado.

“Alguém que enfrentou o sistema, como Bolsonaro, amedronta quem detém poder. Querem tirar Bolsonaro do jogo, tornado inelegível porque se reuniu com embaixadores e participou de um comício”, disse Rogério Marinho. 

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