Presidente do INSS é afastado após operação que investiga desvio de R$ 6,3 bilhões

Operação Sem Desconto investiga cobranças irregulares feitas a aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024

 

O presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Alessandro Stefanutto, foi afastado nesta quarta-feira por uma operação da PF que apura cobrança irregular que começou na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) e seguiu até o governo atual do presidente Lula (PT). Também foram realizados nesta manhã 211 mandados judiciais de busca e apreensão e 6 mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em mais 13 estados. Ao todo, 6 servidores públicos foram afastados, além de Alessandro Stefanutto. Os investigados podem responder por crimes de corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento, organização criminosa e lavagem de capitais.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandoski, disse em coletiva de imprensa que ‘’foram apreendidos muitos bens, muitos carros de luxo de alto valor, dinheiro em espécie, jóias e quadros (...) Trata-se de uma operação de proteção de aposentados, foi uma fraude contra os aposentados (...) Foram vítimas fáceis desses criminosos que se apropriaram de pensões e aposentadorias.’’ Com um dos investigados foram encontrados carros como Ferraris e Rolls-Royce, avaliados em mais de R$15 milhões. Com outro investigado, foram encontrados mais de US$ 200 mil.

O golpe foi descoberto após auditorias feitas em 29 entidades que tinham acordos com o INSS. A fraude consistia em descontar de aposentados e pensionistas do INSS valores mensais como se eles tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando, na realidade, não haviam se associado e nem autorizado os descontos. As apurações também mostraram que as entidades envolvidas no esquema não tinham estrutura operacional para prestar os serviços oferecidos.

Segundo o ministro da Controladoria Central da União (CGU), Vinícius de Carvalho: ‘’A maioria dessas pessoas não tinha autorizado esses descontos, que eram em sua maioria fraudados, em função de falsificação de assinaturas e de uma série de artifícios para simular essa que não era uma vontade real dessas pessoas’’.6 milhões de aposentados e pensionistas têm atualmente algum tipo de desconto associativo.

Compartilhar

Tags