O presidente eleito Donald Trump está pronto para assinar medidas de alto impacto já em seu primeiro dia na Casa Branca, com foco em restringir a imigração e reforçar a segurança na fronteira. Segundo fontes próximas à equipe de transição, ele pretende introduzir ordens executivas para aumentar a fiscalização, acelerar deportações e suspender programas humanitários estabelecidos pelo governo Biden.
Trump, que venceu as eleições recentemente ao derrotar a vice-presidente Kamala Harris, planeja uma abordagem imediata e enérgica para lidar com a imigração ilegal, uma das pautas centrais de sua campanha. Entre as medidas previstas está o aumento da presença militar na fronteira entre Estados Unidos e México, a retomada da construção do muro e a flexibilização de normas que permitem a prisão de imigrantes sem antecedentes criminais.
Além disso, o governo eleito considera interromper os programas que, sob a administração Biden, concederam entrada legal a centenas de milhares de imigrantes por motivos humanitários. Conforme as novas diretrizes, Trump espera que os imigrantes com status expirado optem por deixar o país voluntariamente, uma tentativa de reduzir o volume de deportações forçadas.
Contexto e implicações:
Atualmente, estima-se que os Estados Unidos abrigam aproximadamente 11 milhões de imigrantes sem status legal, número que cresceu nos últimos anos e pressiona cidades como Nova York e Chicago, onde as autoridades locais enfrentam dificuldades para prestar assistência adequada.
O novo “czar da fronteira” anunciado por Trump, Tom Homan, ex-diretor interino do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE), será responsável pela execução dessa agenda, supervisionando operações que buscam diminuir as travessias ilegais e fortalecer os procedimentos de detenção. Outro nome central será Stephen Miller, arquiteto de políticas restritivas no primeiro mandato de Trump, que deve atuar como vice-chefe de gabinete para políticas públicas.
Reações e controvérsias:
A agenda de imigração de Trump deve enfrentar resistência de grupos pró-imigrantes e Estados governados por democratas, que prometem contestar as novas políticas judicialmente. Organizações de defesa dos direitos civis e da imigração já se mobilizam para questionar o governo federal sobre as implicações legais e humanitárias das restrições propostas.
Cenário na fronteira:
Apesar do aumento nas detenções de imigrantes nos últimos anos, as travessias ilegais caíram significativamente em 2024, quando Biden reforçou as restrições de fronteira e intensificou parcerias com o México para conter o fluxo migratório. Trump, no entanto, argumenta que medidas ainda mais rígidas são necessárias para garantir a segurança nacional e evitar um novo aumento no número de imigrantes.
A posse de Trump está marcada para 20 de janeiro, e seus planos podem ainda ser ajustados, mas a agenda de imigração já delineada indica um governo decidido a confrontar a política anterior com um endurecimento significativo no controle das fronteiras.