Frequentemente associadas à estética, as unhas cumprem funções que vão além da aparência. Elas são estruturas formadas por queratina, semelhantes ao cabelo e à pele, e desempenham um papel importante na proteção dos dedos, na sensibilidade tátil e na manipulação de objetos e, apesar de muitas vezes negligenciadas, alterações nas unhas podem indicar não apenas problemas locais, mas também questões relacionadas à saúde geral do organismo.
Mais do que aparência
Entre as queixas mais comuns estão as mudanças na superfície das unhas, como descamação, enfraquecimento, rugosidade e quebra frequente. Essas alterações podem ser causadas por fatores naturais, como o envelhecimento, ou por condições de saúde, incluindo doenças vasculares, distúrbios hormonais, deficiência de ferro, psoríase, dermatites alérgicas e até mesmo mudanças hormonais durante a gestação.
Fatores externos também podem influenciar diretamente na saúde das unhas. A exposição constante à água ou produtos químicos, o uso excessivo de esmaltes sem o devido cuidado e a remoção frequente da cutícula podem comprometer a integridade da lâmina ungueal (parte visível da unha). Profissionais que lidam com produtos abrasivos ou realizam atividades manuais intensas, como atletas, também estão mais propensos a desenvolver alterações.
Problemas comuns
Mudanças na coloração das unhas também merecem atenção. Manchas brancas, por exemplo, podem surgir devido à desidratação provocada pelo uso contínuo de esmaltes. Já manchas avermelhadas ou roxas são, em geral, resultado de pequenos traumas.
Entretanto, o aparecimento de manchas escuras — marrons, cinzas ou pretas — pode ser um indicativo de problemas mais graves, como o melanoma subungueal, um tipo de câncer de pele. Embora nem toda pigmentação escura represente um tumor, a recomendação é procurar um dermatologista ao notar alterações incomuns.
Já outras alterações frequentes, como o descolamento da unha, também merecem atenção. O descolamento, que geralmente começa pela borda e pode atingir toda a extensão, tem diversas origens: traumas, infecções fúngicas, reações alérgicas ou doenças sistêmicas. A micose, por exemplo, é uma das principais causas e tende a se desenvolver a partir de pequenas lesões ou infiltrações.
O espessamento das unhas, muitas vezes acompanhado de acúmulo de queratina por baixo da lâmina, também é comum em casos de infecção fúngica prolongada. O tratamento costuma exigir a redução da espessura da unha para permitir a ação de medicamentos antifúngicos.
As unhas também podem ser afetadas por infecções bacterianas ou virais. A paroníquia, uma infecção bacteriana comum, causa vermelhidão, inchaço e até formação de pus ao redor da unha. Já infecções por HPV podem provocar verrugas periungueais.
Cada tipo de infecção requer abordagem específica. Por isso, ao notar sintomas como dor, inchaço, alteração de cor ou deformação persistente, o ideal é procurar avaliação médica.
Cuidados básicos fazem diferença
Algumas práticas simples ajudam a manter as unhas saudáveis, como hidratação regular, pausas entre as esmaltações, uso de luvas ao manusear produtos químicos e cuidado com a higiene em procedimentos de manicure. A atenção aos sinais dados pelas unhas pode ser uma forma eficiente de identificar precocemente condições clínicas e prevenir complicações.
As unhas, por menores que sejam, podem refletir grandes questões relacionadas à saúde. E ignorá-las pode significar deixar de perceber sinais importantes do próprio corpo.