A Comissão de Proteção à Criança do Vaticano publicou, nesta terça-feira (29), seu primeiro relatório anual, recomendando que a Igreja Católica estabeleça uma política unificada para compensar vítimas de abuso sexual clerical. Durante décadas, escândalos de abusos envolvendo membros do clero e o consequente encobrimento dos casos comprometeram a credibilidade da instituição e resultaram em acordos financeiros milionários.
O documento destaca a importância de reparar as vítimas como um ato concreto em seu processo de recuperação, defendendo que essas compensações devem ir além do aspecto financeiro, incluindo pedidos públicos de desculpas e formas de aproximação e apoio aos afetados e suas comunidades.
A comissão também defende maior transparência, com o direito das vítimas a documentos pertinentes, além de definir papéis mais claros para os departamentos do Vaticano que lidam com essas questões, visando uma punição mais eficaz aos envolvidos.
O relatório ainda reconhece que falhas e omissões de líderes da Igreja no passado ampliaram os danos às vítimas e indica a necessidade de um processo disciplinar eficiente que permita a remoção de infratores.
Criada pelo Papa Francisco em 2013, a comissão vem enfrentando críticas por supostas falhas na proteção infantil, mas reafirma seu compromisso de aprofundar as discussões sobre reparações no próximo relatório anual.
Com informações da Agência Brasil.