Nesta quarta-feira, 11, a Polícia Federal indiciou mais três investigados no inquérito que apura o plano de golpe de Estado durante o governo de Jair Bolsonaro.
Os novos indiciados são Aparecido Andrade Portela, militar da reserva do Exército e suplente da senadora Tereza Cristina (PL-MS); Reginaldo Vieira de Abreu, ex-chefe de Gabinete do general da reserva Mário Fernandes na Secretaria-Geral da Presidência, acusado de atuar no planejamento do golpe, e o militar Rodrigo Bezerra de Azevedo, kid-preto do Exército, acusado de participar do trabalho de monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com os indiciamentos, o inquérito que investiga a tentativa de golpe passa a contar com 40 indiciados, entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro e os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno.
No relatório da PF enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é relator do caso, o delegado Fábio Shor detalha a atuação dos acusados.
De acordo com a investigação, Aparecido Portela atuou como intermediário entre o governo de Jair Bolsonaro e os financiadores de manifestações antidemocráticas em Mato Grosso do Sul, no final de 2022.
Os investigadores identificaram uma troca de mensagens pelo WhatsApp entre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, nas quais Portella, segundo a PF, usou o termo "churrasco" para se referir ao golpe de Estado.
Para a PF, apoiadores estariam cobrando a consumação do "ato de ruptura institucional" pelo ex-presidente.
Segundo a PF, Reginaldo Vieira de Abreu, coronel da reserva do Exército, ocupou o cargo de chefe de gabinete de Mário Fernandes, então secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Para os investigadores, Reginaldo ajudou Mário Fernandes a disseminar informações falsas sobre o sistema eletrônico de votação do Brasil para "impedir a posse do governo legitimamente eleito".
Além disso, ele foi acusado de ajudar Fernandes a "manipular" um relatório de fiscalização das Forças Armadas sobre as eleições de 2022.
Por fim, a PF sustenta que o kid-preto Rodrigo Bezerra Azevedo participou do monitoramento ilegal da rotina de Alexandre de Moraes.
Conforme as investigações, o planejamento do golpe incluiu um plano para assassinar o ministro Alexandre de Moraes; o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Defesa
Procurado pela Agência Brasil, o advogado Jeffrey Chiquini, representante de Rodrigo Bezerra, disse que a defesa não foi intimada oficialmente e desconhece o indiciamento.
A reportagem ainda não conseguiu localizar a defesa dos demais indiciados. O espaço está aberto para manifestação.
Com informações da Agência Brasil.