A reeleição do agora presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresenta algumas limitações que podem ser preocupantes no sentido de limitar debates de questões como a reforma de governança global, que será um dos assuntos debatidos na reunião da cúpula do G20, a ser realizada nos dias 18 e 19 de novembro na cidade do Rio de Janeiro.
De forma geral, as prioridades do encontro do G20 este ano são: A proposta de reformas em instituições como o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial do Comércio (OMC), é uma das prioridades do governo brasileiro. É válido ressaltar que o Brasil assume atualmente a liderança e presidência desse grupo.
Segundo informações dadas pelo portal da Agência Brasil, a professora de Relações Internacionais da Faculdade Ibmec São Paulo e internacionalista, Natalia Fingermann, enfatizou que a vitória de Trump deve suspender, ao menos temporariamente, todo o debate sobre reformas dos organismos internacionais. Essa previsão ocorre, pois durante o primeiro mandato presidencial (2017-2021), Donald Trump ignorou completamente fóruns e acordos globais internacionais, principalmente, os que eram voltados para o meio ambiente e futuro global, mas também os de negociação, como o encontro dos G20 (maiores economias mundiais).
Também consultado pela Agência Brasil, o professor de Relações Internacionais Leonardo Trevisan, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), afirmou que o cenário seria completamente diferente se a candidata democrata, Kamala Harris, tivesse ganhado a corrida presidencial dos Estados Unidos ‘Caso a Kamala tivesse ganho a eleição, seria uma continuidade das medidas do Partido Democrata [dos EUA]. Com Trump, não temos um quadro muito claro da ação dos EUA. Não há dúvida que essa cúpula do G20 ficou um pouco desidratada pela eleição norte-americana e, de alguma forma, pela incerteza de que rumo tomará Washington nas decisões internacionais”, destacou Trevisan.
Questão de acordos
A vitória e estadia de um político negacionista como é Donald Trump, também alavanca incertezas sobre a participação do país, tido como a maior potência do mundo, em alguns acordos importantíssimos para sustentabilidade e o meio ambiente.
Como é o caso do Acordo de Paris, um tratado global, adotado em dezembro de 2015 pelos países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima durante a 21ª Conferência das Partes (COP21). Esse acordo rege medidas de redução de emissão de dióxido de carbono a partir de 2020, e tem por objetivos fortalecer a resposta à ameaça da mudança do clima.
Em 1º de junho de 2017, o presidente Donald Trump tomou a decisão de se retirar do Acordo de Paris. Em 19 de fevereiro de 2021, os Estados Unidos voltaram oficialmente ao Acordo de Paris sobre o clima, durante o governo de Joe Biden e tinha o compromisso de fazer parcerias com outras nações para enfrentar a ameaça global das mudanças climáticas. Nada impede que Donald Trump saía mais uma vez desse acordo em seu segundo e novo mandato.
COP30
A COP30, que terá Belém como sede em novembro de 2025, os países participantes deverão apresentar suas metas intermediárias para a redução dos gases de efeito-estufa e firmar mais uma vez seus compromissos com o clima. Outro aspecto a ser discutido na COP30 é o financiamento para ações de adaptação ao aquecimento global. As expectativas de participação norte-americana são baixas devido ao histórico de negacionismo com o planeta
Com informações de Agência Brasil e CNN